O depoimento desta quinta-feira do empresário Theodoro Hubner Filho ao Ministério Público (MP) federal confirmou a tese dos procuradores de que a implantação do projeto Usimar era apenas uma fachada para desviar recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Hubner apresentou documentos que mostraram que a Usimar foi utilizada num esquema para desviar R$ 44 milhões repassados pela Sudam em duas parcelas para a construção de uma fábrica de autopeças no Maranhão.
Um ponto que chamou a atenção dos procuradores foi a constituição da Usimar. O único capital declarado da empresa era um contrato no valor de R$ 102 milhões firmado com a ML Participações - empresa que também é controlada por Hubner.
''É estranho que uma empresa recém-criada e com um projeto deficitário seja aprovada para receber R$ 690 milhões da Sudam para construir uma fábrica. Graças a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal foi possível evitar que toda essa quantia fosse repassada'', afirmou o procurador Mário Lúcio de Avelar, que coordena as investigações no Tocantins.
Segundo o procurador Nazareno Wolff, que investiga fraudes na Usimar em Curitiba, uma verdadeira ciranda financeira era montada para disfarçar o desvio de verbas da Sudam. ''O dinheiro da Usimar era repassado para outras empresas laranjas e acabava voltando para a própria empresa, como se fosse o dinheiro que seria dado como contrapartida pela Usimar'', explicou Wolff.
Leia mais em reportagem de Rodrigo Sais, na Folha de Londrina desta sexta-feira