O senador e ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral espera apenas seu acordo de delação premiada ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para entregar ao PT seu pedido de desligamento definitivo. O senador está suspenso do partido desde o ano passado, quando foi preso no âmbito da Operação Lava Jato.
A "carta" está pronta e é lacônica. Só tem uma linha em que comunica a desfiliação e dá cordiais saudações. A decisão do Supremo, na pessoa de Teori Zavascki, é esperada para a próxima segunda-feira.
O político decidiu contar o que sabe à Justiça e, segundo reportagem da Revista IstoÉ, acusou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de atuarem para prejudicar as investigações da operação que avança sobre o ex-marqueteiro do PT João Santana e sobre o próprio ex-presidente. O parlamentar também afirmou que a presidente Dilma tinha conhecimento das polêmicas cláusulas na compra da refinaria de Pasadena, em 2006. Dilma rechaçou as acusações e disse que o senador tentou atingi-la por "vingança".
Ele também mencionou em sua delação o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e cinco nomes da cúpula do PMDB no Senado: Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Ao todo, a delação do parlamentar tem 400 páginas.
Único parlamentar que já foi filiado ao PSDB e ao PT, Delcídio Amaral foi preso no dia 25 de novembro de 2015 por determinação do STF após ser flagrado em conversas com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró.