A menos de três dias da eleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS), estiveram ontem à noite durante mais de duas horas, na TV Globo, no último debate entre os candidatos a presidente. As regras mais rígidas e o cuidado dos candidatos para evitar tropeço que poderiam ser fatais tornaram a discussão mais morna.
No segundo bloco o debate chegou a esquentar um pouco. Nele, os candidatos escolheram livremente as perguntas, assim como os adversários a respondê-las. Ainda assim, não foram muitos os embates mais duros.
Lula conseguiu seu objetivo maior: sair relativamente incólume. Ciro foi bem, mas parecia confirmado com o quarto lugar e deu a impressão de preocupar-se, antes de tudo, em acabar a campanha de forma honrosa. Serra, por ser o candidato do governo, foi o mais atacado. E Garotinho, depois de um início tranqüilo, retomou o comportamento de franco-atirador que teve em ocasiões anteriores.
Casseta&Planeta - O momento mais tenso foi entre Serra e Garotinho. O candidato do PSB insistiu, de forma irônica, para que o tucano admitisse claramente que era o candidato oficial. Serra retrucou dizendo que o adversário estava no local certo - a TV Globo - mas no programa errado. Que seu lugar deveria ser o programa "Casseta&Planeta". Garotinho obteve direito de resposta e pediu ao oponente que tivesse seriedade correspondente ao cargo em disputa.
Pegadinha - Posteriormente Garotinho armou uma armadilha (que Ciro classificaria de ''pegadinha'') para Lula: fez uma pergunta sobre a desconhecida Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico). Apostou em que o petista não sabia o significado da sigla e teve êxito. Na resposta, Lula ficou em generalidades. Mas o candidato do PSB também tropeçou: ao dar sua pequena aula sobre a Cide, disse que ela era um imposto de R$ 0,50 por litro de gasolina cobrado pelo governo. Não é: trata-se de uma contribuição menor, de R$ 0,28, cobrada aos distribuidores que, depois, a Petrobras repassa o valor ao governo.