Política

CPI da Telefonia pode ter mais uma versão

24 out 2001 às 09:21
O presidente da CPI da Telefonia, deputado Tony Garcia (PPB), elaborou nesta terça-feira projeto de resolução criando uma terceira versão de Comissão Parlamentar de Inquérito, que ainda precisa ser aprovado pelo plenário. Garcia disse que a Procuradoria da Assembléia Legislativa recebeu nesta terça-feira notificação do Tribunal de Justiça (TJ), determinando que a comissão suspendesse, até o julgamento do mérito, a retomada dos trabalhos da versão original da CPI, que recomeçaram há cerca de 15 dias. O pepebista quer votar o projeto esta semana.
A pedido da Telepar Brasil Telecom -que está sendo investigada pelos deputados-, o desembargador Osiris Fontoura cancelou a CPI, no dia 18 de junho. No despacho, o desembargador suspendeu a comissão por 90 dias ou até o julgamento do mérito. O TJ entendeu que a comissão desviou o objeto das investigações e teve ainda vícios de origem em sua instalação.
Como os 90 dias expiraram, Garcia retomou as investigações. Nesta terça-feira à tarde, o TJ confirmou que o ofício foi mandado ao Legislativo. "Para evitar confronto com o Judiciário, vamos criar a terceira CPI e continuar as apurações", prometeu o deputado. A CPI investiga cobranças indevidas por parte das operadoras e escutas ilegais.
Um dia depois de a primeira versão ser suspensa, a mesa executiva da Casa criou, através de projeto de resolução, nova CPI da Telefonia, para não deixar as apurações em suspenso. A Telepar conseguiu suspender a CPI pela segunda vez, no início de outubro. O Banco HSBC, outro alvo de investigações, também entrou na Justiça contra a CPI, já barrada. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região diz que o banco fez escutas ilegais no sindicato. O HSBC nega.
Nesta terça pela manhã, antes de tomar conhecimento da decisão do TJ, os deputados realizaram sessão da comissão. Foram ouvidos o presidente da GVT, Márcio Kaiser e o coronel da reserva Sérgio Luis Malucelli. O gerente jurídico da Telepar, Sérgio Vosgerau, não compareceu, porque não foi intimado. Segundo a CPI, ele não foi encontrado. A assessoria de imprensa da Telepar informou que ele estava em viagem e que a empresa já sabia que a CPI havia sido cancelada novamente pela Justiça.

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