Política

CPI acusa advogado de desviar verba da Copel

11 abr 2003 às 08:50

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa que apura irregularidades na Companhia Paranaense de Energia (Copel), deputado Marcos Isfer (PPS), acusou o advogado Antônio Carlos Fioravante Pieruccini de ter desviado a maior parte dos R$ 39,6 milhões pagos pela Copel, em dezembro, na compra irregular de créditos tributários de ICMS para a Olvepar S.A. Indústria e Comércio.

Pieruccini tinha sido contratado para administrar a massa falida dos escritórios de Santa Catarina e Paraná da Olvepar, com sede no Mato Grosso e falida desde junho do ano passado.


A acusação foi feita nesta quinta-feira durante o depoimento do advogado à CPI. Pieruccini só compareceu nesta quinta, após três tentativas frustradas de convocação, porque os parlamentares ameçaram usar da força de lei da CPI para obrigá-lo a depor.


Acompanhado de seu advogado, Pieruccini usou de prerrogativas constitucionais para não ser fotografado ou filmado pela imprensa e não responder às perguntas.


A princípio, ele pretendia apenas entregar cópia de seu depoimento ao Ministério Público Estadual, feito em 30 de janeiro de 2003.


''Não tenho mais nada a acrescentar'', disse ele que, por insistência dos parlamentares, acabou permanecendo na sessão.


Em 99% das perguntas, no entanto, restringiu-se a responder: ''Eu me reservo ao direito de permanecer calado''.


Diante da falta de esclarecimentos, a CPI também solicitou a quebra de sigilo bancário das empresas Plantart Assessoria e Comércio Ltda., Sulgrain Operações Portuárias e do diretor da Rodosafra, Milton João Machiaveli.


As empresas e o empresário teriam recebido parte do dinheiro pago pela Copel à Olvepar, conforme afirmou Luiz Sérgio da Silva, diretor da Rodosafra, empresa credora da Olvepar, em depoimento no dia 8.


O sub-relator da CPI, deputado Tadeu Veneri (PT), questionou principalmente as formas de pagamento e o destino de R$ 39,6 milhões pagos pela Copel à Olvepar, uma vez que Pieruccini foi quem recebeu os pagamentos feitos pela Copel, bem como distribuiu os valores.

O destino destes cheques continua sendo ignorado. Pieruccini também afirmou não ter tido contatos com o doleiro Alberto Youssef, acusado de ter participado de todas as operações. A próxima reunião da CPI será na terça-feira, mas os deputados ainda não definiram os próximos depoimentos.


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