A Companhia Paranaense de Energia (Copel) sabia que o doleiro Alberto Youssef estava envolvido nas negociações de compra de créditos tributários da empresa Olvepar antes de depositar a terceira parcela do pagamento de R$ 39,6 milhões.
A estatal adquiriu créditos no valor total de R$ 45 milhões com um deságio de 12%, em três pagamentos de R$ 13,2 milhões. Os valores foram depositados nos dias 6, 13 e 20 de dezembro. Depois de pagar a segunda parcela, a Copel soube que Youssef acompanhava os representantes da Olvepar, mas mesmo assim o pagamento foi autorizado pela presidência e pela diretoria da empresa.
De acordo com a versão da Copel, a última parcela foi paga porque a operação era legal, já que a estatal estava depositando os valores para a Olvepar, e não para Youssef. A Olvepar teve falência decretada em agosto de 2002.
Mas a investigação que está sendo feita pelo Ministério Público (MP) estadual vai apurar se a diretoria da estatal tinha conhecimento de Youssef desde o início da operação. O MP também investiga outras supostas operações irregulares da Copel, que podem ter gerado um rombo de cerca de R$ 80 milhões.
A atuação do ex-presidente da Copel Ingo Hubert, que acumulava também o cargo de secretário de Fazenda no governo de Jaime Lerner (PFL), está sendo analisada. Ele já depôs sobre o assunto ao MP. A estatal utilizou os créditos adquiridos para quitar dívidas junto ao governo estadual.
O MP investiga se também ocorreu desvio de dinheiro. Análises feitas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que também investiga o caso, indicam que a Secretaria da Fazenda deu baixa na dívida, mas o dinheiro não teria entrado nos caixas do governo.
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