As empresas que fazem a modelagem da Copel para a privatização e o governo do Estado aumentaram o ritmo de trabalho para conseguir publicar na próxima sexta-feira o edital de venda da estatal de energia elétrica. O secretário da Fazenda, Ingo Hubert, disse que ainda faltam alguns detalhes, mas o esforço é para que o documento seja revelado na data prevista. O edital vai definir todos os detalhes do leilão da Copel, marcado para o dia 31 de outubro. O preço mínimo será conhecido na sexta-feira.
Hubert demostrou tranquilidade no processo de preparação da empresa para a venda. Com o fim da discussão política na Assembléia Legislativa, o secretário da Fazenda assegura que nada vai impedir a venda na data prevista. Ele sequer demostra receio em relação à ações judiciais que serão ajuizadas pelos grupos contrários à privatização. "Batalha judicial não tira a tranquilidade".
Houve isso em todos os processos anteriores de privatização e todas foram vendidas", afirmou o secretário. Ele citou os casos da Vale do Rio Doce, Usiminas e das outras 32 empresas de energia que foram para as mãos da iniciativa privada.
O governo do Estado montou um esquema especial com procuradores e advogados que estão se especializando no setor energético para derrubar qualquer ação na Justiça. Segundo Hubert, os processos judiciais não assustam nem afastam investidores.
Desde que o "data room" (sala com informações estratégicas sobre a Copel) foi aberto, em 16 de julho, nove empresas já demonstraram interesse na privatização. Além das estrangeiras EDF (francesa), Endesa (espanhola), Hydro Quebec (canadense), Tractbel (belga), RWE (alemã) e AES (norte-americana), há quatro grupos brasileiros. O consórcio VBC (Votorantin, Bradesco, Camargo Corrêa), a Votorantim de forma isolada e os fundos de pensão Previ e Petrus agendaram visitas.
O secretário da Fazenda reafirmou que a Copel será vendida em bloco, como já anunciado em audiência pública. "Os estudos indicaram que se vendêssemos separadamente perderíamos entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão", afirmou. Ele disse que no edital de venda haverá uma cláusula que obriga o novo dono da Copel a manter a empresa unida por determinado período. Na avaliação do secretário, o grupo privado continuará com a política de investimentos em geração como já acontece hoje com a estatal.