O comandante da 2ª Companhia Independente de Polícia, Tenente Dicesar Moreira Luiz, disse nesta quinta-feira que ficou surpreso com a denúncia de abuso de autoridade e tortura contra seis policiais militares de Mallet, município a 230 quilômetros de Curitiba. Segundo ele, todos os PMs denunciados têm ficha funcional ''excepcional'' e durante os últimos quatro anos, período em que teriam ocorrido os casos, nunca houve qualquer denúncia sobre o assunto. ''Tenho recebido telefonemas de professores, empresários e autoridades de Mallet revoltados com a ação que foi tomada contra os policiais'', disse.
Segundo o tenente Dicesar, já foi instaurado inquérito policial militar. ''Não dá para adiantar se as denúncias são verdadeiras. Não tive acesso a nenhuma informação ou documento. Precisamos apurar se houve crime militar ou comum'', afirmou. Ele disse ainda que Mallet era um dos poucos municípios que nunca havia recebido denúncias desse tipo. ''Me admira essas pessoas terem ficado tanto tempo caladas'', completou.
O sargento Marco Aurélio Carvalho, os soldados Renato Kruger, Lauro Elias Zavaly e Rogério da Silva Pinto e o cabo José Valdevino Fagundes estão recolhidos em União da Vitória, na sede do Comando da 2ª Companhia Independente de Polícia, desde segunda-feira. O soldado Herlon César Siqueira se entregou à polícia na terça-feira.
A denúncia foi protocolada pela promotora de Justiça da comarca, Danielle Garcez da Silva, que ainda está investigando o caso. Doze vítimas dos policiais descreveram dez fatos que se referem a abordagens violentas feitas pelos policiais principalmente a adolescentes.