Foi realizada na manhã desta segunda-feira (29) a última audiência da instrução da ação penal em que são réus oito ex-vereadores de Londrina e um atual vereador, pastor Renato Lemes, relativa ao chamado caso Shirogohan. Eles estiveram na 3ª Vara Criminal para serem interrogados pela juíza Adriana Fernandes e Silva no processo por concussão, a extorsão praticada por servidor pública.
Conforme a denúncia do Ministério Público, os réus teriam exigido pagamento de propina do dono da boate erótica Shirogoha, localizada à margens da BR-369, na saída para Ibiporã, para aprovar projeto de lei que beneficiaria o dono do estabelecimento.
O próprio empresário, Claudemir Medeiros, já confirmou em juízo que deu dinheiro aos vereadores. Após o pagamento, os vereadores aprovaram lei permitindo que fosse instalado um motel anexo a boate Shirogohan. Pela lei anterior, motéis só poderiam funcionar a 3,5 quilômetros de áreas residenciais.
O MP sustenta que os vereadores exigiam R$ 15 mil para cada um dos nove envolvidos no esquema. No entanto, o empresário pagou uma cota única de R$ 15 mil.
São réus na ação, além do atual vereador Renato Lemes, os ex-vereadores Henrique Barros, Luiz Carlos Tamarozzi, Renato Araújo, Sidney de Souza, Gláudio Renato de Lima, Flávio Vedoato e Orlando Bonilha, que acabou cassado pelos pares. O ex-vereador Osvaldo Bergamin também era réu no processo, mas faleceu e a punibilidade foi extinta.
O ex-vereador Renato Araújo, que ocupou o cargo por cinco mandatos, mas não conseguiu se reeleger em 2008 devido ao escândalo de corrupção, negou o crime. "A Câmara de Vereador nunca, durante toda minha vida pública, passou por esse tipo de comportamento. São falácias para acusar a Câmara", disse ao repórter Edson Ferreira, da Rádio Paiquerê AM.
Após alegações finais, a juíza deve proferir sentença. A pena para o crime de concussão varia de 2 a 8 anos de reclusão.