O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), admitiu hoje uma crise na aliança com o PSDB por conta do impasse sobre a indicação do candidato a vice do tucano José Serra. Depois de uma reunião de três horas na capital paulista, líderes dos dois partidos não chegaram a um acordo e marcaram um novo encontro em Brasília, ainda hoje.
"O casamento está em crise, mas todas as crises precisam de maturidade para que possam ser superadas", afirmou Maia, ao deixar hotel em São Paulo, onde conversou com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O PSDB propôs o nome do senador Álvaro Dias (PR) como vice de Serra. O DEM, no entanto, mesmo depois da reunião de hoje, segue determinado a indicar um democrata para o posto. Para o senador José Agripino (DEM-RN), que também participou da reunião, as conversas de hoje representam um recomeço das negociações. "Aguardamos por parte do PSDB a sugestão, zerado o jogo, de um encaminhamento novo, com novos nomes", afirmou.
Maia, que segue para Brasília, disse que o DEM tem "muitos nomes" para indicar para a vaga de vice. "O PSDB indicou Serra. Nós entendemos que os democratas, independentemente do nome, devem indicar o vice, porque isso gera unidade, palanques fortes e pessoas empolgadas em todos os Estados", afirmou.
Apesar das rusgas, o presidente do DEM esforçou-se para mostrar disposição em manter a aliança com o PSDB. "O DEM tem toda a vontade de estar nessa aliança. Nós queremos indicar o vice porque acreditamos na vitória de Serra. Por isso, vamos esgotar todo o diálogo para que amanhã o DEM possa fazer a convenção e apoiá-lo", disse Maia. "A unidade de verdade significa o PSDB mostrar ao DEM que entende a importância de nosso partido na vaga de vice. No final, vamos ter um bom entendimento. Espero eu", acrescentou.
O DEM faz amanhã, em Brasília, a Convenção Nacional da sigla, data limite para decidir se apoia ou não o candidato do PSDB.