Os partidos de oposição ao governo do Estado organizam uma série de protestos contra a privatização da Copel. As manifestações acontecem na véspera do leilão - marcado para quarta-feira - e serão intensificadas durante o processo de venda, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
A bancada de oposição na Assembléia Legislativa está rachada. Apenas oito dos 24 deputados estaduais que compõem o bloco vão para o Rio de Janeiro engrossar o protesto - que deverá ser puxado pela caravana organizada pelo PMDB, composta por militantes e estudantes. Alguns parlamentares, conscientes da impotência diante do leilão, argumentam que não querem ir ao Rio assistir ao "enterro" da estatal. Outros acreditam que a presença deles é necessária para dar força política à campanha antiprivatizante.
A primeira mobilização acontece nesta terça-feira, em Curitiba, a partir das 17 horas. O Fórum Popular Contra a Venda da Copel marcou uma caminhada até o Palácio Iguaçu, saindo da Boca Maldita, Centro da cidade. O coordenador-executivo do fórum, ex-deputado Nelton Friedrich, disse que são esperadas cerca de 500 pessoas, que levarão velas acesas até a sede do Executivo paranaense, no Centro Cívico. Friedrich disse que, mesmo que o leilão se realize, o movimento (composto por cerca de 400 entidades e câmaras municipais) não desiste da luta. "Continuaremos a briga na Justiça. Os questionamentos que colocamos ultrapassam a data do leilão", declarou.
A caravana montada pelo PMDB planejava deixar a Capital por volta da meia-noite desta segunda-feira. O partido não divulgou o número de ônibus nem de pessoas que vão ao Rio, alegando "questões de segurança". Eles pretendem ficar acampados em frente ao prédio da Bolsa, mantendo uma vigília a noite toda.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) deve participar, além de entidades não-governamentais (ONGs) antiglobalização. O PMDB vai pedir que a presidência da Bolsa não permita a realização do leilão. A volta da caravana está prevista para quarta ou quinta-feira.
Enquanto a oposição aposta que a Justiça cancelará o leilão - acatando uma das 80 ações que pedem a suspensão do processo de privatização -, o governo permanece confiante e acredita que conseguirá derrubar possíveis liminares suspendendo o leilão.