Depois de reuniões em 26 estados chegou a vez de Brasília opinar sobre o Plano Plurianual 2003-2007 (PPA), que define como será gasto o orçamento do Executivo nesse período.
Para o governo, a iniciativa de consultar a sociedade é a extensão de mais um braço da democracia, além da eleição de parlamentares e do presidente da República.
Um grupo de especialistas, no entanto, acha que o processo enfraquece o Poder Legislativo. "É redundante escolher representantes de entidades para fazer o mesmo papel que é dos deputados. O governo não está considerando o Congresso como seu interlocutor privilegiado, como pregou no início do mandato", opina o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB).
Em dois meses foram ouvidas associações de trabalhadores, grandes, pequenas e microempresários, igrejas, representantes das minorias, defensores do meio ambiente, cientistas e organizações não-governamentais de diversas naturezas, com a finalidade de colaborar na elaboração da PPA 2003-2007.
O processo de discussão do PPA começou no dia 30 de maio, em Manaus (AM) e percorreu todos os estados brasileiros, contando com a participação, em média, de 200 entidades representativas da sociedade brasileira em cada capital.
A última reunião, marcada para esta segunda-feira, será a de Brasília. O documento que reúne as conclusões de cada um dos fóruns vai ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente no dia 14 de agosto.