O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou as mais de 4.000 mortes por Covid-19 das últimas 24 horas, ironizou o título de genocida usado contra ele por seus opositores e criticou medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores. Tudo isso ao interagir com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira (6).
O vídeo de pouco mais de 13 minutos foi compartilhado por um canal de internet simpático ao presidente.
Bolsonaro criticava medidas de restrição de circulação, listando como consequências de "ficar em casa" depressão, ganho de peso e hipertensão.
"Tudo vai ser agravado", disse o presidente.
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Pouco depois, uma apoiadora citou as 4.211 mortes registradas pelo consórcio de imprensa nas últimas 24 horas.
"Hoje, mais de 4.000 morreram aqui no Brasil. Você viu isso?", pergunta a mulher, que não é identificada nas imagens.
Bolsonaro não reagiu e continuou falando sobre medidas restritivas.
"Você vê: o povo perdendo emprego, nenhum sindicato fala nada contra isso daí."
A mulher insistiu. "Hoje foram mais de 4.000."
"Você pode ver, até um ano e pouco atrás, um policial batia num bandido. Toda a esquerda ia contra. Agora, está o cidadão de bem...", disse Bolsonaro, sem concluir a frase.
O presidente da República também ironizou a alcunha de genocida que seus críticos costumam usar diante da escalada de mortes no país.
"O pessoal entrou naquela pilha de homofóbico, racista, fascista, torturador... agora... Agora é o quê? Agora eu sou... que mata muita gente, como é que é o nome? Genocida. Agora eu sou genocida", disse sorrindo.
"Do que que eu não sou culpado aqui no Brasil?", indagou o presidente em outro momento da conversa.
Bolsonaro também fez críticas à imprensa.
"Eu resolvo o problema do vírus em poucos minutos. É só pagar o que os governos pagavam no passado para Globo, para Folha, Estado de S. Paulo. Agora, este dinheiro não é para a imprensa, é para outras coisas", comentou.
As pessoas que conversavam com Bolsonaro também disseram que apoiariam a reeleição do presidente.
"Se vocês soubessem como é barra ser presidente", disse Bolsonaro, ressaltando, porém que "vamos desistir não".