Um grupo composto por seis integrantes de movimentos operários, cooperação internacional, meio ambiente, agricultura sustentável e educação da Bélgica está em Curitiba para conhecer os movimentos urbanos e ambientais da capital paranaense.
A equipe belga está fazendo uma análise dos movimentos brasileiros - sindicais, políticos, ambientalistas e de cooperativas - e pretende fazer um intercâmbio com o PT de Porto Alegre e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), considerado como o maior movimento social brasileiro.
O líder do grupo, Dirk Ameel, diretor do Sindicato dos Empregados Técnicos e Funcionários de Escritórios da Bélgica, contou que a viagem está sendo patrocinada por uma organização belga não governamental, chamada "Irmãos dos Homens". Os belgas chegaram ao Brasil no dia 28 de outubro e deverão deixar o País neste sábado.
Até agora foram visitados municípios de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Em Porto Alegre, o que mais chamou a atenção foi a democracia social através da implantação do orçamento participativo.
"Não temos nada parecido com isso lá. O orçamento participativo é um impulso não conhecido na Europa. É fazer com que o povo possa decidir sobre parte da verba do governo. Esse é um processo novo e poderá auxiliar no nosso intercâmbio", declarou Ameel, falando que a experiência poderá ser aplicada em várias cidades da Bélgica.
No Paraná, foram visitados os municípios de Sarandi (sete quilômetros a leste de Maringá), Laranjeiras do Sul (109 quilômetros a oeste de Guarapuava), Rio Bonito do Iguaçu (125 quilômetros a oeste de Guarapuava) e Curitiba. No interior, eles visitaram assentamentos do MST e cooperativas agrícolas.
"Na Bélgica temos pouca agricultura, mas fazemos de forma eficiente. No entanto, o MST tem cumprido o seu papel. Ele tem um projeto de sociedade que parece próximo aos nossos movimentos sindicais. Está preocupado com questões políticas e poderá ser uma alternativa para a diminuição da pobreza no Brasil", disse ele, ao apresentar dados de que o Brasil é a oitava maior potência mundial em termos de economia, mas está na penúltima colocação em relação a divisão de emprego e renda. Na área de saúde, o País estaria na 164ª colocação.
De Curitiba, o grupo foi para São Paulo, onde terá reuniões com o MST e com movimentos sindicais.