Política

Atentado à PIC: Vigia passará por novas técnicas de hipnose

14 jan 2001 às 17:24

Na tentativa de reconstituição do atentado ao prédio da Promotoria de Investigação Criminal, será aplicada esta semana a terceira sessão de hipnose no vigia José Aparecido Serpa Nunes, conhecido também por "Zetti". A data não foi divulgada por questão de segurança, mas segundo o chefe do Laboratório de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística, médico e psicólogo Rui Fernando Cruz Sampaio, que fará a indução no paciente, serão utilizadas novas técnicas para maior aprofundamento de detalhes.

Como o vigia teve os olhos vendados já no início da ação dos criminosos, ficaram registradas em sua maior parte lembranças auditivas do que ocorreu no local. Esse é um dos pontos a ser trabalhados pelo doutor Sampaio. Ele explicou que a dificuldade se torna maior justamente por esse aspecto. "Ele ouviu, mas não viu" o que se passava ao redor.


Outra peça importante neste quebra-cabeça é saber onde estava o controle remoto que abriu as portas aos incendiários? O vigia fez uso dele ou uma outra pessoa já estaria de posse de um aparelho? As respostas estarão sendo buscadas nesta regressão.


O hipnólogo explicou que devido ao trauma sofrido por Serpa Nunes, a primeira sessão tratou basicamente de relaxá-lo, já que seu quadro era de "uma ansiedade muito grande". A segunda, realizada na sexta-feira, teve maior aprofundamento e espera-se uma evolução no próximo encontro.

Rui Sampaio declarou à Folha que se utilizará de novas técnicas. "Com a mudança pode haver maior aprofundamento", adiantou. Cada sessão está girando em torno de duas horas a duas horas e meia. Porém, em casos mais amenos elas não vão além de cinco a dez minutos, o que depende do grau de angústia em que se encontrava o vigia.


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