O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, confirmou nesta quinta-feira (10) ter se desfiliado do Democratas, alegando ser alvo de "um triste espetáculo de cenas e imagens montadas com óbvias motivações políticas". Arruda declarou deixar o partido a fim de poupar os companheiros de legenda de ter que decidir entre saciar a sede por atos radicias e mediáticos, ou julgar com amplo direito de defesa e cumprimento dos prazos estatutários".
O governador também alegou querer evitar uma discussão judicial que possibilitasse a sua permanência no partido. Arruda afirmou que "não disputarei eleição no próximo ano. Quero dedicar-me inteiramente a terefa de cumprir, como governador, todos os compromissos e metas assumidas no programa de governo".
A desfiliação de Arruda acaba com os planos do governador de disputar a reeleição no próximo ano já que a lei eleitoral exige pelo menos um ano de filiação a uma legenda para qualquer candidato. Entre os seus correligionários, a interpretação da atitude de Arruda foi diferente.
"O DEM lhe impôs, portanto, uma derrota significativa. Ele poderá, agora, acertar as contas com o Distrito Federal, que lhe poderá tirar o mandato e, com a própria Justiça, que lhe poderá impor uma pena severa", ponderou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Porém pode tentar recurso
O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello explicou que o prazo para filiação partidária dos candidatos às eleições de 2010 já terminou, mas que um eventual recurso do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, para garantir sua participação na disputa seria analisado pela Justiça Eleitoral.
Segundo o ministro, a Constituição vincula as candidaturas aos partidos políticos. Uma vez desfiliado do DEM, Arruda não poderia entrar em nova legenda a tempo de concorrer às eleições do ano que vem.
Questionado sobre uma suposta manobra jurídica, na qual o governador Arruda alegaria perseguição política para justificar sua desfiliação do DEM, Marco Aurélio Mello afirmou que "a estratégia é sempre possível".
"Aquele que se sinta de alguma forma pressionado tem o direito de procurar uma saída. Resta saber se será agasalhada pelo Tribunal Superior Eleitoral", afirmou o ministro do STF.