A agente de trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Cintia Lopes Viotto, está apreensiva. De licença médica, por problemas de saúde, a servidora disse que está sendo ameaçada de demissão por diretores da companhia.
As ameaças começaram a ser feitas no final do ano passado, depois que ela, até então supervisora da Coleta Seletiva na CMTU, foi ao Ministério Público denunciar que a Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem da Região Metropolitana de Londrina (Cooprelon) teria sido favorecida em um processo licitatório.
De acordo com a denúncia, a cooperativa foi contratada pela CMTU, apesar de ser comandada por empresários e não por catadores, o que é exigido pela Lei Nacional de Saneamento. "Depois de prestar depoimento, me afastaram do setor da Coleta Seletiva e começaram a me ameaçar. Cheguei a discutir com o diretor de Operações, Luciano Borrozzino. Atualmente, por estar com depressão, tirei licença médica, mas continuo bem apreensiva", destacou em entrevista à rádio CBN Londrina.
A agente voltou a ser ouvida pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, no início do ano. Na ocasião, Cintia contou à promotora Leila Voltarelli que a Cooprelon estaria mantendo uma relação escusa com a Supra Clean. A cooperativa estaria comercializando o material reciclável, coletado em Londrina, com a empresa e, assim, indo contra o contrato firmado com o município.
Cintia Viotto voltou a ser ouvida pelo Ministério Público nesta sexta-feira (11). Ela foi convocada pelo promotor Jorge Barreto da Costa, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que não quis revelar detalhes das investigações. Já a agente disse que "só esclareceu pontos dos depoimentos que já havia prestado".
Por meio da assessoria de imprensa, a CMTU informou que Cintia enfrenta um processo interno de sindicância e que não vai rebater as declarações dela. A companhia comunicou que todos os esclarecimentos já foram prestados ao Ministério Público.