A manifestação dos caminhoneiros que paralisou as rodovias federais e estaduais após a vitória nas urnas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é alvo de críticas no meio político, principalmente por questionar o resultado do processo de escolha pelo voto democrático.
O deputado federal Enio Verri (PT) classificou como “loucura” as manifestações golpistas dos caminhoneiros que bloquearam as estradas, provocando desdobramentos econômicos e transtornos individuais aos cidadãos brasileiros. “Além de antidemocrático, é um protesto irracional, pois um pequeno grupo de bolsonaristas atrapalha toda a população, inclusive os eleitores que foram às urnas no domingo e votaram no Bolsonaro”, afirmou.
O deputado ainda criticou a “politização” da PRF (Polícia Rodoviária Federal), suspeita de utilizar as blitze nos redutos lulistas para impedir os eleitores nordestinos de exercer o direito ao voto. “A PRF não respeitou a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que impedia as operações. Depois, não garantiu o direito de ir e vir da população durante os bloqueios das rodovias. O diretor-geral e os policiais rodoviários são servidores do Estado Brasileiro e não do governo.”
O petista também atacou a omissão de Bolsonaro e o fato dele ter rompido com a tradição democrática de reconhecer a derrota nas urnas e parabenizar o vencedor, o que poderia evitar o fechamento das rodovias por apoiadores que aguardaram por quase dois dias a manifestação presidencial. No breve discurso desta terça-feira (1º), Bolsonaro não citou Lula.
“Os presidentes da Câmara e do Senado reconheceram a vitória de Lula. Nunca um governador no Paraná se expôs tanto em uma eleição presidencial, mas mesmo assim, Ratinho Junior (PSD) reconheceu no mesmo dia a eleição de Lula e que todos precisam trabalhar pelo Paraná”, comparou.
Para bolsonarista, resultado da eleição foi "manipulado"
O deputado federal Filipe Barros (PL), principal nome do bolsonarismo na região, seguiu o presidente Jair Bolsonaro (PL) e também rompeu o silêncio nesta terça-feira (1º) e se manifestou pela primeira vez desde o resultado das urnas.
Em nota, ele afirma que a eleição presidencial foi “manipulada” por “condições de desigualdade” entre os candidatos, sendo que na versão do deputado, a disparidade foi criada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).