Política

Alceni admite negociação de Lerner com deputados

06 abr 2001 às 20:44

O secretário chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, admitiu que as negociações entre o Palácio Iguaçu e os deputados da situação, para recompor a base de sustentação na Assembléia Legislativa, envolveram cargos e liberação de recursos. Muitos deputados que se posicionavam contra a venda da Copel, mudaram o voto depois das negociações.

Alceni, no entanto, negou que houve "compra de votos" para garantir a privatização da Copel. "Isso não existe. É tão descabido que nem vou comentar".


O corregedor da Assembléia, Caíto Quintana (PMDB), disse que vai investigar as denúncias feitas pela imprensa nacional de que os deputados paranaenses estariam recebendo recursos para votar a favor da venda da estatal de energia.


Segundo Guerra, o governo se comprometeu com os deputados a pagar dívidas atrasadas junto aos municípios, recompor a capacidade de investimento do Estado e dar "maior participação" aos deputados - item que inclui o direito dos parlamentares indicarem nomes para cargos públicos.


O governo prometeu destinar mensalmente cerca de R$ 4 milhões para a conclusão de obras inacabadas no interior, além de investir, no próximo ano, R$ 200 milhões nos municípios. Só que para o Estado recuperar sua capacidade de investimento - explica o secretário - é necessário que antes seja capitalizado a ParanáPrevidência, o fundo de pensão dos servidores estaduais. E o fundo dependeria dos recursos que serão obtidos com a venda da Copel.


"Além disso, se deixar para vender a Copel mais tarde, a empresa não vai valer o que vale hoje", completou Guerra. O valor patrimonial da companhia de energia supera a marca dos R$ 4,5 bilhões.

Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado


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