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Ala do PT vê Gleisi como provável ministra e abre debate sobre sucessão no partido

Julia Chaib, Catia Seabra e Marianna Holanda - Folhapress
07 dez 2023 às 09:19

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- Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
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Uma ala do PT vê movimentações de Lula (PT) para que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), seja incorporada ao time de ministros. Nos bastidores, petistas já iniciaram o debate sobre quem seria o melhor nome para sucedê-la à frente do partido.


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Segundo aliados, Lula demonstrou vontade de ter uma mulher no comando do Ministério da Justiça e precisa de um nome de confiança, por isso Gleisi aparece como forte cotada. Mesmo que não assuma esse cargo, petistas acreditam que ela pode ser chamada a chefiar outra pasta.

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A presidente do PT viajou nesta semana para o Rio para um encontro com Lula. A expectativa de integrantes do governo é que o assunto seja debatido.

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Uma das possibilidades é Gleisi ir para o lugar de Márcio Macêdo na Secretaria-Geral. Nesse cenário, Macêdo é cotado tanto para presidir o PT como para ser candidato à Prefeitura de Aracaju.


Outra hipótese é a presidente do PT substituir Rui Costa à frente da Casa Civil ou Wellington Dias no Ministério do Desenvolvimento Social. Há expectativa de que Lula promova uma nova reforma ministerial no início do ano que vem.

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O principal entrave para Gleisi ser ministra é a dificuldade de se encontrar um sucessor natural para o comando do PT. Lula tem a preocupação de que o partido não fique desfalcado, sobretudo num ano eleitoral.


Um dos pontos levantados é que o ano eleitoral demanda que o PT seja conduzido por um nome com autoridade. Além disso, aliados de Gleisi dizem que ela própria demonstra resistência a assumir determinados cargos.

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Pessoas próximas ponderam que ela teme sofrer desgaste caso seja ministra da Justiça, posição extremamente delicada por abrigar órgãos como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Em outra frente, dizem que na presidência do PT ela tem mais visibilidade do que ministérios de menor porte, como a Secretaria-Geral.


Gleisi chegou a ser cotada ainda na transição para assumir um ministério, mas Lula argumentou que precisava dela no comando do partido.

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Na ausência de um sucessor natural no PT, os nomes do líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Rui Falcão (SP), e do senador Humberto Costa (PE) têm ganhado força como cotados para o comando do partido.


O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, também passou a ser considerado e tem o apoio de parlamentares. Reservadamente, petistas dizem que ele tem cacife para chefiar o partido e representaria uma renovação da sigla.

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Segundo petistas, a escolha do futuro presidente do PT dependerá do aval de Lula e da simpatia da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.


A presença de Gleisi no governo reforçaria o time dos críticos à política econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Gleisi tem defendido a revisão da meta fiscal, ideia rejeitada por Haddad.

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Apesar dos cenários tratados, integrantes do governo têm dúvidas se Lula pretende já resolver a questão do Ministério da Justiça.


Lula congelou as tratativas sobre o futuro da pasta e disse a aliados que só tratará do tema depois da sabatina de Flávio Dino no Senado, na próxima quarta-feira (13). O ministro foi escolhido pelo petista para o STF (Supremo Tribunal Federal).


Há ainda a possibilidade de que o mandatário deixe o assunto para o ano que vem, uma vez que o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, tem indicado que a posse do novo integrante da corte ficará para meados de fevereiro.


Dessa forma, o próprio Dino deve seguir no comando do ministério até que Lula encontre seu sucessor ou até a posse no STF.


Além de Gleisi, há outros cotados para a Justiça. Um dos principais, o ministro Jorge Messias (AGU), que também disputou a vaga do STF, já indicou que prefere continuar onde está.


Segundo interlocutores, além de ter preferência pela AGU, ele só está disposto a mudar se puder ter "porteira fechada", o que não deve ocorrer. Na Polícia Federal, por exemplo, não há nenhuma perspectiva de mudança, uma vez que o diretor-geral, Andrei Passos, é indicação do próprio Lula.


Além de Gleisi, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski é tido como um dos principais nomes para a sucessão de Dino.


O nome de Lewandowiski também aparece nas apostas para a Defesa, caso o titular, José Múcio, deixe o cargo no ano que vem.


Hoje consultor da CNI (Confederação Nacional da Indústria), ele esteve ao lado de Lula nos últimos dias durante viagens internacionais no Oriente Médio e na Alemanha. Interlocutores de Lula, contudo, negam que tenha havido um convite ou mesmo sondagem.


Aliados do ex-ministro dizem que ele não poderia recusar um eventual convite do presidente.


Se Gleisi tem o peso do partido e o fato de ser mulher a seu favor, uma eventual opção por Lewandowski poderia livrar Lula de um novo problema: a disputa entre siglas aliadas por mais espaço na Esplanada.

Auxiliares palacianos já dão como certo que a sucessão do ministro da Justiça, filiado ao PSB, não deve ser por um nome do partido.


Hoje a legenda tem quatro secretários: Ricardo Cappelli, na secretaria-executiva; Augusto Botelho, secretária nacional de justiça; Tadeu Alencar, na secretaria nacional de segurança pública; e Elias Vaz, na secretaria nacional do consumidor.


O PSB quer garantir que eles permaneçam no ministério, ainda que o titular da pasta seja de outra legenda. Essa costura ainda não chegou a ser discutida com Lula, segundo Carlos Siqueira, presidente do PSB.

"[O] PSB quer manter espaço? Quer. Mas quem vai decidir é o presidente Lula. E ele já disse que não vai tratar desse assunto até que haja a aprovação do nome do Dino no Senado. Antes é só especulação", afirmou.


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