Política

Advogado de Cerveró diz que prisão foi 'totalmente arbitrária e ilegal'

14 jan 2015 às 10:36

O advogado do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, chamou de "totalmente arbitrária e ilegal" a decretação de prisão preventiva de seu cliente, detido na madrugada desta quarta-feira, 14, por volta de 0h30, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na zona norte do Rio. Segundo o defensor, se Cerveró foi preso pela transferência de três imóveis a familiares, a presidente da Petrobras, Graça Foster, também deveria ser detida.

"Se é verdade que houve essas transferências, e não posso afirmar que seja, essas movimentações são totalmente legítimas e legais. Na época em que ele as fez, não havia nenhuma restrição administrativa ou legal. Tanto que ele e a Graça Foster fizeram", disse Edson Ribeiro. "Se é crime para Nestor, é para Graça. Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor por esse fato, deveria pedir para a Graça. Se não o fez, então está prevaricando".


O advogado disse que deve ir hoje à tarde para Curitiba, para onde o ex-diretor da Petrobrás foi levado. No pedido de prisão preventiva, em que alega existirem existem "fortes indícios" de que o ex-diretor continue praticando crimes, o MPF afirma ter identificado transferências de R$ 500 mil para a conta de uma filha de Cerveró, além da transferência de três imóveis a familiares "em valores nitidamente subfaturados". A transação caracteriza, no entender da procuradoria, a continuidade da prática de crimes.

Ainda de acordo com o defensor de Cerveró, a quantia envolvida na movimentação financeira corresponde a "dinheiro legal, auferido através de salários e declarado ao Imposto de Renda". "Não existe nenhuma ilegalidade", afirmou o advogado, que disse ter conversado com o ex-diretor logo após a prisão. "Ele estava tranquilo, mas indignado com a situação, porque desde o primeiro dia se colocou à disposição de todas as autoridades e até agora ninguém se interessou em ouvi-lo. Ele nunca fugiu de nada".


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