A casa da família da menina de um ano e um mês, que morreu na noite de terça-feira (18) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), foi incendiada na noite de quarta (19).
Equipes do Corpo de Bombeiros da cidade foram acionadas às 19h48 na rua Pavão, no Jardim Bandeirantes. De acordo com a corporação, o incêndio foi feito por três indivíduos, que até a tarde desta quinta-feira (20), não haviam sido identificados. A casa estava vazia.
Bombeiros conseguiram soltar três cães que estavam presos na casa. Alguns periquitos morreram durante o incêndio. Ainda conforme as equipes, o incêndio resultou em danos materiais de grande proporção. Todos os móveis queimaram. Policiais militares também foram acionados no local.
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Entenda o caso
Na última terça-feira (18), uma criança de um ano chegou morta na UPA de Arapongas. De acordo com o delegado Maurício de Oliveira Camargo, a Polícia Civil tomou conhecimento do caso por volta das 20h de terça. "Numa conversa preliminar com a equipe médica que atendeu a criança, foi comprovado que os socorristas receberam o bebê já sem vida. Além disso, foram comprovadas lesões na criança", afirmou.
Em seguida, o corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico-Legal) de Apucarana. Segundo o órgão, o exame de necropsia atestou estupro e indicou lesões nas partes íntimas da criança. "Determinamos a condução do pai, da mãe e da avó para a delegacia. Foram autuados em flagrante", apresentou.
Ainda na terça-feira (18), segundo a PM (Polícia Militar), a Justiça expediu um mandado de prisão para o pai da criança. Ele foi condenado a quatro anos, 10 meses e 10 dias em junho de 2018 por tráfico de drogas. Como não foi intimado da sentença por havia fugido, a Justiça determinou a regressão de regime semiaberto para o fechado.
"Pela situação da análise do legista, a criança morreu por volta das 18h. Não tivemos nenhuma dúvida de que os três têm responsabilidades, apontando o autor como o pai. Um psicopata, desequilibrado, traficante, condenado e já com mandado de prisão em desfavor dele", avaliou o delegado.
Ainda de acordo com Camargo, o pai apresentou a criança alegando de que ela havia se afogado com leite enquanto era amamentada. "Todos da família mantinham a mesma versão da história. Além disso, não é a primeira filha deles que faleceu. Teve uma outra criança aproximadamente da mesma idade que morreu, ao que consta, em Apucarana", acrescentou.
O casal tem mais três filhos, sendo um deles ainda recém-nascido.
A Comissão da Criança e do Adolescente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Subseção Arapongas se manifesta totalmente contra toda forma de desrespeito e ofensa à integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente. "Enlutados e estarrecidos com a morte cruel de Sophia Emanuelly, 1 ano, vítima de abuso sexual. Desde já nos colocamos à disposição da sociedade para que casos em que coloquem a situação de crianças e adolescentes sejam denunciados e prevenidos".
(Colaborou Larissa Ayumi Sato)