Um exame feito pelo Instituto de Criminalística identificou "resquícios de substância de coloração marrom-avermelhada" no tapete do porta-malas de um Santana vermelho, modelo 1995, carro que a Polícia Civil de Cambé afirma ter sido usado por Abraão Issa Nader, 37 anos, para levar Janete Pereira dos Santos até a Estrada da Prata, já perto de Bela Vista do Paraíso, e jogá-la de uma ponte na noite de 8 de junho. O laudo foi anexado ao processo criminal que corre na Justiça. Denunciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, o homem continua preso.
O documento não constatou a origem genética do material coletado. A revelação só virá após análise do Laboratório de Genética Molecular Forense, no Instituto Médico Legal de Curitiba. "Saberemos se é mesmo sangue somente depois desta comprovação laboratorial", explicou o perito criminal Luciano Bucharles, que fez a vistoria no veículo. Ele não encontrou fios de cabelo que seriam de Janete no compartimento traseiro.
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De acordo com o delegado Roberto Fernandes de Lima, responsável pela investigação, o resultado da perícia em nada altera o entendimento da polícia sobre o crime cometido por Abraão Nader. "Nesse caso, o trabalho da Criminalística tem o cunho de confirmação, mas não o de negação. Ou seja, sendo positiva, confirmaria a presença de sangue dela no porta-malas. Sendo negativa, não significa que ela não esteve lá", assegurou.
No inquérito policial, Lima concluiu que Janete quase foi morta porque estava devendo R$ 30 para o acusado, que tinha alugado um imóvel para a vítima. Durante interrogatório na delegacia, ele negou o crime, mas admitiu ter brigado com a mulher em um bar antes de colocá-la no Santana e trafegar até a ponte localizada na estrada rural. O delegado afirmou que o homem ainda amarrou a inquilina nas mãos e nos pés com fios elétricos.
Janete dos Santos disse que conseguiu se desgarrar e pedir socorro em uma fazenda. Uma pessoa que passava perto do local da agressão viu a ferida e chamou a polícia. Desde o começo da ação, a defesa de Abraão nega o crime. O advogado Bruno Vinícius Alves Passos informou que, como o acusado trabalhava com dedetização, acredita que "essa mancha é derivada de algum produto utilizado em seu trabalho". A Justiça já marcou para o dia 27 de agosto, às 15h, a primeira audiência de instrução do caso.
(atualizada às 10h30)