O único agente penitenciário que permanecia refém dos presos da Casa de Custódia de Londrina foi liberado por volta das 15h desta sexta-feira (12). A soltura do profissional pôs fim à rebelião dos detentos, que durou mais de sete horas na unidade.
Dezenas de presos da galeria 2 do espaço começaram o tumulto por volta das 8h e fizeram pelo menos sete agentes penitenciários reféns. Após negociações, por volta das 10h, os 53 detentos rebelados decidiram liberar seis agentes e mantiveram apenas um. O funcionário foi mantido sob a ameaça de um estoque (arma improvisada de corte) enquanto os detentos negociavam com a Polícia Militar (PM).
Depois que a polícia garantiu que nenhum preso sairia machucado da rebelião, os rebelados decidiram soltar o agente penitenciário e acabar com o tumulto.
De acordo com uma agente penitenciária, que não quis se identificar, os detentos atearam fogo em colchões no início do tumulto, agrediram os detentos e exigiram a presença do juiz da Vara de Execuções Penais (VEP).
Por volta das 11h, os detentos pediram para conversar com um representante da imprensa e um cinegrafista da Rede Massa/SBT entrou no presídio, atendendo a solicitação.
Segundo a repórter Fernanda Carreira, da Folha de Londrina, os rebelados reclamam do corte pela metade da jumbada, sacola com produtos de higiene e alimentos que recebem, a falta de distribuição de remédios de uso contínuo, falta de atendimento médico e também sobre o aumento da periodicidade de alimentos entregues pela família, que teria passado de 15 em 15 dias para 30 em 30 dias.
No entanto, o porta-voz da Polícia Militar em Londrina, capitão Nelson Villa, disse ao repórter Lúcio Flávio Cruz, da Folha de Londrina, que os detentos só se rebelaram com o único objetivo de fugir da Casa de Custódia. Como a situação foi rapidamente controlada pela PM, os presos desistiram da ideia e, após negociações, optaram por colocar um ponto final na rebelião.
Uma intensa movimentação policial foi vista no local, nas proximidades da estrada da Maravilha, na zona sul de Londrina. Homens do Pelotão de Choque da Polícia Militar acompanharam toda a situação e contaram com apoio do helicóptero do Graer na operação. Uma ambulância do Siate, também no local, chegou a atender o agente penitenciário que foi feito refém e dois presos, que se feriram levemente durante o tumulto.
Segundo reportagem da Paiquerê AM, alguns detentos ligados ao PCC teriam feito comentários há alguns dias sobre a realização de uma rebelião nesta sexta-feira, feriado nacional.
(Atualizada às 15h21)