Disfarçados de entregadores de um hipermercado, policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) prenderam em flagrante, na noite de quinta-feira (31), Maria Luiza Laverdi, 52 anos, em sua casa, no Água Verde, em Curitiba. No local, foi apreendida uma agenda contendo vários dados relativos a cartões de crédito. "Ela tinha nomes, números de cartão, de CPFs, de RGs e as senhas. Tudo isto é conseguido com uso daqueles aparelhos instalados nos caixas eletrônicos vulgarmente chamados de 'chupa-cabras'. Nós já fizemos prisões de bandidos instalando o 'chupa-cabras', mas agora conseguimos chegar na outra ponta do crime. Chegamos em quem usa esses dados para cometer ilícitos", afirmou o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Amarildo José Antunes.
O delegado contou que, via internet, Maria Luiza comprou R$ 890 em produtos de farmácias de um hipermercado localizado no Batel, por volta das 13h30 da última quinta-feira. "Ela mandou entregar num determinado endereço, mas ao chegarem lá os entregadores descobriram que não havia aquele número. Ligaram para ela, que os mandou entregar as compras num mercadinho próximo", contou Antunes.
Como o cartão de crédito foi utilizado, a verdadeira dona do cartão, que mora em Santa Catarina, recebeu uma mensagem via celular. Ela então procurou o banco, que procurou o hipermercado que acionou a polícia. "Nós já havíamos conversado anteriormente com o pessoal do hipermercado para que em casos desses nos procurassem direto. Foi o que eles fizeram, por volta das 18h30, quando receberam um segundo pedido de compras para o mesmo endereço. Desta vez eram R$1,5 mil em produtos alimentícios", explicou Antunes
Todavia, a golpista teve uma surpresa desagradável. Ao invés de receber entregadores de compras, recebeu em sua casa policiais civis da DFR que se fizeram se passar por entregadores e a prenderam em flagrante. "Eles foram até o local e novamente o número não batia. Então ligaram para ela, que desta vez foi até eles e os conduziu a sua casa. A tática era sempre pedir para a entrega ser feita em um lugar diferente. Os vizinhos, na boa fé, sempre a ajudavam a receber as coisas, por isso o pessoal do mercadinho da primeira culpa não foi indiciado, elas não têm culpa, apenas receberam a compra para fazer uma favor a uma vizinha, aparentemente idônea", salientou o delegado.
Em depoimento, a mulher se mostrou nervosa e apresentou várias versões diferentes sobre o caso.