A Polícia Civil de Ponta Grossa, a cerca de 120 quilômetros de Curitiba, investiga a suspeita de que o estudante de Educação Física Thiago Roberto de Arruda, de 19 anos, foi difamado e, posteriormente, induzido a cometer suicídio por integrantes de uma comunidade do Orkut chamada No Escuro Ponta Grossa. O corpo do rapaz foi encontrado no dia 5, na garagem de sua casa. Ele morreu por inalação de monóxido de carbono.
''As informações que chegaram até agora é de que houve o incentivo. Por estamos investigando'', disse o delegado operacional de Ponta Grossa, Homero Vieira Neto. Segundo ele, havia cerca de um ano que Arruda era alvo de difamação, calúnia e injúria por parte da comunidade do Orkut. ''Diziam que essa pessoa não seria bem-vinda na sociedade em razão de sua opção sexual'', acentuou. No site de relacionamentos ele era chamado de pedófilo.
De acordo com amigos de Arruda, a pressão psicológica sobre o rapaz extrapolou o computador e ele era hostilizado na rua. Por isso, teria começado a escrever mensagens na internet dizendo que se mataria. Integrantes da comunidade No Escuro Ponta Grossa souberam disso e passaram a encorajá-lo. ''Deram-lhe a receita'', disse o delegado. ''Se não tomarmos providências de forma enérgica isso pode ganhar corpo, porque o grupo não tem escrúpulos'', ressaltou. Por isso, ele solicitou o auxílio do Núcleo de Combate aos Cybercrimes, de Curitiba.
Segundo o delegado responsável pelo serviço, Demetrius Gonzaga de Oliveira, é possível chegar-se aos autores da morte de Arruda. ''Temos que nos valer dos mecanismos jurídicos e tecnológicos'', acentuou. Serão analisados os contatos feitos pelo estudante por meio de correio eletrônico e, ao mesmo tempo, será solicitada a quebra de sigilo do Orkut.