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Depois de de mais três meses, a Polícia Civil de Assaí (36 km a leste de Londrina) concluiu a investigação sobre a morte do preso Valdecir Ferreira da Silva, 37 anos, assassinado dentro de uma das celas da delegacia da cidade no início de janeiro deste ano. O delegado Felipe Akio Hirata entendeu que dois detentos foram os responsáveis pelo crime. Eles devem ser autuados por homicídio qualificado, tortura e lesão corporal.
Após o episódio, a Polícia Civil aguardou o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina, que reforçou aquilo que já era esperado: a vítima apresentou forte traumatismo craniano. Conforme o delegado, as lesões foram provocadas após uma série de torturas praticadas pelos presos autuados. A hipótese ganhou ainda mais força depois do depoimento de pelo menos 10 encarcerados, que relataram como era o convívio com Valdecir.
"No começo, ele vivia sob a dependência de álcool e sempre estava muito agitado, falando muitas palavras sem sentido. Ele também se debatia de uma forma bem atrapalhada. Isso pode ter irritado os demais companheiros de cela", disse. Depois de ouvir os outros detentos, o delegado Hirata descartou abstinência de bebida alcóolica. "Tinha gente querendo tomar conta da carceragem. Eles podem ter visto que o Valdecir era uma pedra no sapato e por isso decidiram executá-lo", ponderou.