O juiz da Vara da Justiça Militar Estadual do Paraná, Leonardo Bechara Stancioli, aceitou nesta quarta-feira (7) a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra dois policiais militares que teriam afrouxado a fiscalização e recebido propina para permitir festas clandestinas desde abril deste ano em Ibiporã. Os eventos foram proibidos pela prefeitura da cidade por causa da pandemia da Covid-19.
Com a decisão, os PMs viram réus no processo. Passam também a responder por prevaricação (crime cometido por funcionário público que deixa de exercer sua função para satisfação pessoal. No caso dos acusados, a atribuição seria justamente impedir as confraternizações), corrupção passiva e infração de medida sanitária preventiva. Para o magistrado, há "índicios de autoria suficientes" para instaurar a ação penal.
Autorizado pela Justiça, o Gaeco teve acesso a áudios do WhatsApp trocados entre os dois policiais. Neles, os promotores afirmam que havia uma divisão de tarefas para que o suposto esquema funcionasse. Enquanto um atuava como uma espécie de vigia das festas irregulares, o outro, trabalhando na Central de Operações da Polícia Militar, o Copom, setor que recebe todas as chamadas da corporação, cancelava a ida das viaturas mesmo se as ocorrências fossem protocoladas.
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Quando a acusação veio à tona, o tenente-coronel Nelson Villa, comandante do 5º Batalhão, onde os PMs estão lotados, informou que não concorda com "qualquer indício de irregularidade". Os advogados João Eugênio Cornelian Filho e Fábio Aparecido Franz, que representam um dos agentes, disseram em nota que "acreditam veementemente na inocência. Demonstraremos que os fatos não se deram na forma como exposto pela acusação".