A Polícia Federal faz, nesta quinta-feira (20) uma operação contra uma rede criminosa que vendia medicamentos falsificados para órgãos públicos.
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As investigações indicaram que uma empresa vencedora de uma licitação em 2022 para fornecer imunoglobulina ao Hospital Geral de Curitiba estaria envolvida no fornecimento dos medicamentos falsificados. As informações foram fornecidas à PF pela Polícia Civil do Paraná.
Após a apreensão dos produtos, a PF confirmou a falsificação completa dos remédios, desde as caixas, falsamente identificadas, até a sua composição, na qual se constatou a ausência de imunoglobulina, como deveria conter.
A imunoglobulina é um medicamento feito à base de plasma sanguíneo e que pode ser usado no tratamento de diversas doenças, entre elas a Aids e outras imunodeficiências.
De acordo com as investigações, os remédios tinham origem na Bolívia. Os principais suspeitos do crime são dois estrangeiros, sendo um deles estudante de medicina.
O grupo criminoso conseguiu vender aproximadamente R$ 11 milhões em medicamentos falsificados de imunoglobulina para órgãos públicos no estado do Paraná.
No ano de início da operação, a Bayer, uma das empresas farmacêuticas que vende o remédio original, se manifestou sobre o caso por meio de comunicado, em que alertava os clientes sobre a fraude.
"Comunicamos que a Bayer S/A, por meio de reclamação de mercado recebida pelo seu SAC, tomou conhecimento de que o produto Gamimune N.5% está sendo comercializado com sua logomarca, o que trata-se de fraude, uma vez que que referido produto nunca foi produzido, importado, nem tampouco comercializado pela empresa", diz trecho da época.
No momento, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além de sequestro de bens, em cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa, fraude à licitação e falsificação de medicamentos.