A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná adiou para quinta-feira (24) o exame de corpo de delito dos presos na 26ª fase da Operação Lava Jato. A corporação não informou o motivo da mudança da data. Após o exame, as 12 pessoas ficarão presas na carceragem da PF em Curitiba. Nove delas estão em prisão temporária e três, em prisão preventiva.
Deflagrada ontem (22), a Xepa, como é chamada a nova etapa da Lava Jato, tem foco no grupo Odebrecht e é um desdobramento da 23ª fase. Na operação, foram presos temporária ou preventivamente diversos executivos da Odebrecht e operadores financeiros do esquema na empresa.
Em entrevista coletiva após a operação, delegados federais e procuradores da República disseram que a força-tarefa responsável pelas investigações identificou, dentro da estrutura organizacional da empreiteira Odebrecht, um setor inteiramente destinado ao pagamento de propinas.
As investigações mostraram o pagamento de propina continuou, mesmo com o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, na prisão. A força-tarefa apreendeu e-mails relacionados ao esquema de pagamento de propinas datados de novembro de 2015, quando Marcelo Odebrecht já estava preso preventivamente em Curitiba.
A Operação Xepa envolveu 380 policiais federais e cumpriu 110 ordens judiciais nos estados de São Paulo, do Rio de janeiro, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, da Bahia, do Piauí, do Distrito Federal, de Minas Gerais e de Pernambuco. Foram cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, 11 de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.
Em nota, o grupo Odebrecht diz que está ajudando nas investigações: "a empresa tem prestado todo auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários."