A Polícia Civil investiga a hipótese de que o ex-médico Daniel Edmans Forti, de 52 anos, tenha atirado contra o urologista Anuar Ibrahim Mitre, de 65, médico do Hospital Sírio-Libanês, por vingança. O paciente estaria descontente com os resultados de uma cirurgia na uretra feita pelo especialista.
O relato foi feito informalmente a policiais por um amigo de Forti que ligou do Rio de Janeiro. Segundo investigadores do 4° DP (Consolação) ouvidos pela reportagem, o amigo afirmou que Forti dizia que não estava satisfeito com a operação.
Já o irmão do ex-médico, que prestou depoimento na tarde desta terça-feira, 16, afirmou que Forti reclamava de muitas dores após a cirurgia e que estava deprimido após sofrer o acidente de moto no Rio que causou o problema na uretra. Apesar das dores, ele nunca havia reclamado de Mitre para o familiar.
O irmão contou ainda que Forti era reservado e ficou ainda mais introspectivo após o acidente, que o deixou com problemas de locomoção - o paciente ficou sete meses sem poder andar e ainda usava muletas eventualmente.
Solteiro e sem filhos, Forti morava no Rio, mas mudou-se para São Paulo após o acidente, há cerca de dois anos, e passou a morar com a mãe na capital paulista. Ela será chamada a depor. "Não tínhamos tanto contato, mas ele nunca teve comportamento suicida depressivo. Era ativo, trabalhava, mas ficou abalado porque se sentia inválido após o acidente", disse o irmão, que não quis se identificar.
Ele contou também que o registro profissional de Forti no Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) foi cancelado a pedido do próprio médico, que deixou de pagar o órgão por não poder exercer a profissão depois do acidente. A assessoria de imprensa do Cremerj confirmou que o cancelamento foi feito a pedido do médico.