César Augusto Roriz da Silva, 33 anos, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que esteve à frente da última rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, voltou ao Paraná. Ele chegou a Curitiba na noite de segunda-feira, transferido do sistema penitenciário de Florianópolis, Santa Catarina. Roriz está no Centro de Triagem da Prisão Provisória do Ahú, em uma cela individual.
Roriz foi um dos treze presos transferidos da PCE para São Paulo, depois do motim no início de junho. Junto com o responsável pelo motim, José Márcio Felício - o "Geléia" -, foi para a Casa de Custódia de Taubaté (SP) -unidade considerada quartel general do PCC. De lá, Roriz e "Geléia" foram removidos para Florianópolis.
De acordo com o diretor do Departamento Penitenciário (Depen), Pedro Marcondes, Santa Catarina havia solicitado a transferência dos dois criminosos, mas a remoção de "Geléia" para o Paraná foi recusada pelo secretário de Segurança, José Tavares, e pelo juiz corregedor Roberto Massaru.
Roriz foi aceito porque ele sozinho não representa risco para a segurança do sistema penitenciário, avaliou Marcondes. "Ele ficará isolado da massa carcerária e não terá a menor condição de exercer liderança negativa entre os dententos", assegurou. Marcondes disse que Roriz não está bem saúde e, por isso, nem mesmo teria condições de incitar uma rebelião.
O diretor do Depen informou que a permanência de Roriz no Paraná deve ser provisória. A transferência do criminoso para o Rio Grande do Sul, segundo Marcondes, já estaria sendo negociada. Roriz, por enquanto, ficará no Centro de Triagem, mas a idéia é não deixá-lo muito tempo no mesmo lugar, enquanto estiver no Paraná. "Para a PCE com certeza ele não irá."
César Roriz foi condenado pela Justiça de São Paulo a 33 anos e seis meses de prisão pelos crimes de roubo com uso de violência e um homicídio. Foi transferido para a PCE em 1998.