A juíza Raphaella Benetti da Cunha Rios considerou que as medidas protetivas dadas pela própria Justiça a uma idosa de 99 anos não foram suficientes para impedir novas ameaças, inclusive de morte, feitas pelo próprio filho, de 56 anos. Por isso, a magistrada decretou a prisão preventiva do suspeito, que continua na cadeia pública de Arapongas (Norte do Paraná).
A decisão saiu na tarde desta quinta-feira (21) em audiência de custódia realizada por videoconferência. "Verifica-se que a violência doméstica tem-se reiterado e houve descumprimento do afastamento, que, somado à ordem de tratamento, não inibiu o investigado, tampouco foi suficiente para a segurança da mulher. As medidas resultaram ineficazes e demonstraram a ousadia e perspicácia em não atender a determinações judiciais", escreveu a juíza.
A promotora Marina Calille Sanches, responsável pelo caso no Ministério Público, pediu que o homem permanecesse detido. Na solicitação, ela revelou novidades da turbulenta relação familiar. "Esta é a quarta vez que ele é detido por este mesmo motivo, o que põe em risco não apenas a eficácia da proibição, mas também a integridade física da parente".
O suspeito foi detido em flagrante pela Polícia Militar na casa da mãe, na rua Saí Andorinha, no jardim Mônaco, em Arapongas. Acompanhada da sua cuidadora, ela disse aos agentes que o filho "chegou bêbado, ameaçando todo mundo e falando muito palavrão". A delegada Thaís Orlandini Pereira citou no auto de prisão que o homem estava "visivelmente embriagado e sem condições de responder aos questionamentos".
Ele foi indiciado por ameaça e descumprimento de medida protetiva. A promotora deve decidir ou não pela denúncia na próxima semana. O homem ainda não tem advogado de defesa.