Um homem e uma mulher foram conduzidos à delegacia no fim de semana suspeitos de manterem uma adolescente e uma jovem em cárcere privado em uma residência no bairro Atuba, em Curitiba. A denúncia foi feita por um vizinho, o qual foi procurado pelas vítimas que pediram ajuda. A ação foi desencadeada por policiais militares da 3ª Companhia do 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM).
Segundo a porta-voz auxiliar da unidade, soldado Rafaela Dias dos Santos, os policiais receberam uma solicitação, via telefone 190 (Emergência), por volta das 11h40, de que duas jovens, uma adolescente de 14 e uma mulher de 22 anos, estariam sendo mantidas em cárcere privado em uma residência na Rua João Fonseca Mercer. As vítimas teriam fugido do local onde estavam e pedido ajuda a um vizinho, o qual acionou a Polícia Militar.
"De acordo com as duas vítimas, elas eram mantidas trancadas na casa e não podiam ter contato com vizinhos ou parentes, sofrendo constantes ameaças da dona da residência. A adolescente relatou que estava no local há dois anos e era obrigada a limpar a casa todos os dias, inclusive de madrugada, além de ser forçada a furtar lojas", conta a soldado Rafaela.
"A outra vítima contou que era sobrinha da suspeita e estava na casa há seis meses. Ela teria vindo para a capital para estudar, mas teve seus documentos retirados pela mulher, que a proibiu de entrar em contato com os familiares. Ambas as vítimas relataram que haviam sido dopadas pelo suposto filho adotivo da mulher, o qual teria abusado sexualmente delas", explica a soldado Rafaela.
As vítimas relataram aos policiais que, durante a fuga, pegaram o maior número de pertences que conseguiram. "O vizinho disse que desconfiava que elas eram mantidas em cativeiro, mas nunca acionou a PM", ressalta a porta-voz da unidade. As jovens foram encaminhadas à delegacia, onde a sobrinha da suspeita começou a receber ligações da tia.
Os policiais foram até o local informado pelas vítimas, onde abordaram a mulher denunciada, a qual tem em seu nome um mandado de prisão em aberto, e o suposto filho dela. Os dois foram levados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac/Sul), para que as medidas cabíveis fossem tomadas.