Quatro policiais militares de Londrina acusados de matar o carroceiro Pedro de Melo Domingos, em março de 2016, foram presos na manhã desta terça-feira (27) em uma ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público (MP), o pedido de prisão foi feito para proteger uma testemunha que diz ter presenciado a execução e que estaria sofrendo ameaças. A determinação foi expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Londrina na última sexta-feira (23).
Em março do ano passado, Domingos foi morto com tiros na cabeça e no tórax na via que liga Londrina ao distrito da Warta, na zona Norte, onde foi flagrado conduzindo uma carroça com objetos supostamente furtados. Na versão dos policiais, a vítima morreu em um tiroteio e os comparsas fugiram. Uma pistola calibre 380 foi encontrada na carroça.
Entretanto, as investigações apontaram que a arma encontrada pelos policiais é a mesma utilizada em dois homicídios ocorridos nos dias 25 e 30 de janeiro de 2016 - data da chacina ocorrida em Londrina cuja autoria ainda não foi desvendada. Pela denúncia do MP, os soldados da PM João Paulo Roesner, Jefferson José de Oliveira, Julio Cesar da Silva e Thiago Morales teriam matado o carroceiro e, em seguida, solicitado que outros militares trouxessem uma arma para forjar o suposto confronto. Além de homicídio, os policiais também são acusados de fraude processual.
O advogado dos acusados, Claudio Dalledone Júnior, disse que o motivo da prisão não condiz com a atitude de seus clientes e que vai "restabelecer a verdade" assim que se inteirar do que está ocorrendo. "Eles são pessoas acima de qualquer suspeita. Devem ter sido enredados em alguma armadilha preparada por pessoas que são contra a Polícia Militar", afirmou por telefone.