Duas técnicas de enfermagem registraram um boletim de ocorrência por supostas agressões e ameaças de um homem que acompanhava a mulher durante atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, na zona oeste de Londrina, na noite de terça-feira (25).
Segundo o relato de uma das servidoras, a discussão começou ainda na recepção quando o marido chegou com a paciente hipertensa. De acordo com ela, na abertura da porta para chamar um outro paciente para triagem, o homem teria invadido o local e começado a questionar as auxiliares de enfermagem.
“Ele estava bem alterado e perguntou sobre a conduta médica do atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e depois questionou sobre a espera pelo atendimento, mas era uma noite tranquila se comparado com outros dias e tinha apenas três pacientes na frente deles”, lembrou.
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Quando solicitado que deixasse a sala de triagem, pois outros pacientes estavam sendo impedidos de serem atendidos pelas servidoras, as técnicas de enfermagem relatam que foram ofendidas verbalmente e uma delas ainda teria levado um tapa.
“Ele perguntou se eu era médica e depois me chamou de vagabunda, falou que não tinha medo da polícia e da Guarda Municipal e me ameaçou de morte. Eu achei que ia tomar um soco”, relatou a servidora, que atua há oito anos na UPA.
Ainda de acordo com a funcionária pública, a outra técnica de enfermagem se levantou e apontou para a porta de saída e neste momento, o homem teria agredido a mulher com um tapa no braço. “A gente foi muito aplaudida na pandemia, mas agora somos ameaçadas de morte. Não queremos aplausos, só respeito”, desabafou.
A Guarda Municipal encaminhou o suspeito para a Central de Flagrantes da Polícia Civil. Em depoimento, o homem disse que entrou pela porta que dá acesso ao setor de triagem para fazer um “pedido de socorro pela esposa” que estava passando mal por conta do remédio para controle da pressão.
O suspeito disse ao delegado de plantão que uma terceira pessoa teria afirmado que “ele não era mais que ninguém” e mandou o acompanhante sentar e esperar junto com a esposa. “Eu só estava pedindo socorro. Eu não xinguei, só fiquei bravo e nervoso. Falei apenas que as coisas não eram assim”, disse o homem, que negou as ameaças e agressões ao ser questionado pelo delegado. “Você acha que vou chegar em um lugar para ser preso à toa e ainda mais com minha mulher passando mal”, respondeu.
Procurado pela FOLHA, o secretário de Defesa Social, coronel Pedro Ramos, afirmou que a equipe da Guarda Municipal seguiu o protocolo de segurança com o encaminhamento do suspeito para a delegacia. “Nas duas UPAs onde esse tipo de desentendimento pode acontecer, temos a presença de um guarda municipal no local, que ao verificar que não era possível ficar apenas no campo da orientação, chamou a viatura em apoio para condução até a delegacia. Esse é o procedimento”, respondeu.
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