A família de Daniela Aparecida Rodrigues Morais entrou com um pedido de indenização por danos morais e materiais contra quatro pessoas pela morte do casal em um acidente de trânsito no dia 8 de setembro do ano passado, na BR-369, entre Cambé e Rolândia. Ela estava com o noivo, Gregory Hyus Lima de Oliveira, em uma Honda Biz quando os dois foram atingidos na traseira por um Peugeot. O carro era conduzido por Renan Eduardo Irmer, 25 anos.
O casal foi jogado alguns metros na rodovia e morreu no local. De acordo com o Ministério Público, o motorista estava alcoolizado e tinha acabado de sair de uma festa universitária. A investigação apontou que ele disputava um racha no momento do colisão. A denúncia mostrou que Irmer fugiu no carro do rapaz que também estava correndo.
Segundo o advogado Alessandro Rodrigues da Silva, "é indiscutível que os familiares das vítimas carregam e carregarão consigo uma angústia e dor profunda. O fato do amigo dele (Renan) ter ajudado na fuga, na visão da defesa, também configura uma conduta ilícita". Ele também incluiu o pai do motorista e uma empresa que seria a proprietária do veículo do segundo condutor.
A indenização por dano moral chega a quase R$ 450 mil, ou 450 salários mínimos, sendo 150 para o pai, a mãe e a irmã de Daniela. O recurso também incluiu quase R$ 10 mil com despesas funerárias e reparos na moto danificada. O processo corre na Vara Cível de Rolândia. Uma audiência foi marcada para a próxima segunda-feira (27).
O advogado de Renan Irmer, Mauro Valdevino da Silva, informou que ainda não foi intimado da ação cível. Porém, ele disse que neste momento "não há motivo para a indenização se nem a Justiça decidiu se o homicídio foi culposo (quando não há intenção de matar) ou não", explicou. O advogado do outro motorista, Márcio Roberto Dias Casagrande, comentou que os seus clientes "são parte ilegítima dessa ação. Em nenhum momento eles contribuíram para a morte do casal, ainda mais considerando que o pedido está infundado em apenas documentos retirados do inquérito policial, também cheio de nulidades".
Os dois jovens respondem a acusação de embriaguez ao volante, omissão de socorro e homicídio qualificado em liberdade. Nenhuma audiência ainda foi marcada. Renan Irmer se apresentou na Delegacia de Cambé dias após o acidente. Ele descartou ter bebido antes de dirigir e também estar em alta velocidade.
(atualizado às 10h40)