Além de revoltar os moradores de um bairro da zona oeste de Londrina, o assassinato de um líder comunitário, ocorrido na noite de quarta-feira, confirma mais uma vez o aumento espantoso da violência na cidade. Já são 155 pessoas assassinadas desde o início do ano, superando em muito os 117 homicídios ocorridos ano passado.
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Maracanã, Edeval Faustino, 36 anos, foi executado com três tiros, por volta das 22 horas de quarta-feira, em frente ao bar de sua propriedade. Segundo testemunhas, um estranho teria chamado Faustino para conversar em frente à casa - ele morava nos fundos do bar. Sem qualquer motivo aparente, o homem sacou um revólver e atirou na vítima, que morreu no local.
Também na quarta-feira, por volta das 18 horas, Adalberto Fernandes, 28 anos, foi morto com tiros na cabeça (um dos disparos atingiu o olho esquerdo), no Conjunto João Turquino, também zona oeste de Londrina. Informações passadas pela Polícia Militar (PM) indicam que o crime teria sido execução premeditada. Segundo a PM, vários homens armados chegaram em um Chevette e abordaram Fernandes, no momento em que caminhava pela Rua Madre Teresa de Calcutá. Eles atiraram na vítima e ainda espancaram Lucinei Álvaro Borges, 26, porque o rapaz estava próximo ao local do crime. Borges foi encaminhado à Santa Casa.
Somente nos últimos cinco dias, durante o feriadão de Natal, sete pessoas foram executadas em diferentes pontos da cidade. Entre as vítimas, dois jovens de apenas 14 anos. Mesmo faltando ainda quatro dias para acabar o ano, o mês de dezembro já se igualou ao mês de agosto, o mais violento de 2002: 19 homicídios.
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