Polícia

Ex-candidato a vereador de Arapongas é indiciado por discriminação a autistas

16 mai 2024 às 13:45

Os comentários preconceituosos foram feitos na postagem no Facebook de uma matéria de um site local sobre uma criança autista que teria pisado no pé de uma pessoa numa lotérica, sendo ameaçada. Sem nenhum tipo de embasamento científico, um homem comparou o autismo com questões espirituais, falta de educação e ainda afirmou que autistas deveriam ser internados. Mesmo sendo repreendido por outros internautas, ele reforçou e defendeu as falas discriminatórias.


O que o homem não esperava é que os textos também chegaram ao conhecimento da Polícia Civil de Apucarana (Centro-Norte) após denúncia, originando a abertura de um inquérito. Após cinco dias de apuração, os investigadores identificaram e localizaram o homem, que foi convocado para prestar depoimento da delegacia.


“Esse cidadão foi devidamente identificado, na quarta-feira (15) foi intimado para comparecer na delegacia e foi interrogado. Mas durante o interrogatório ele exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio e está respondendo este processo em liberdade”, explicou o delegado Marcus Felipe da Rocha.



O inquérito foi concluído e encaminhado ao MP-PR (Ministério Público do Paraná). Ele foi indiciado pelo crime de praticar, induzir e incitar a discriminação contra pessoas em razão de deficiência. “Como ele fez isso por meio da rede social a pena é agravada. É uma forma de qualificadora e pode variar de dois a cinco anos de reclusão”, detalhou.


O responsável pelos comentários, que tem 39 anos, seria um ex-candidato a vereador de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), em que concorreu nas eleições de 2016. O perfil que usava seria falso, no entanto, com o nome parecido o original. “A rede social não garante o anonimato. Se a pessoa usa a rede social para o cometimento de crimes, a Polícia Civil vai investigar, identificar a pessoa e vai fazer com que responda pela prática criminosa, seja com perfis verdadeiros ou falsos”, advertiu o delegado. A reportagem não conseguiu contato com o homem.


Preconceito faz parte da rotina


Mãe de três filhos autistas, que têm cinco, sete e 13 anos, Cristina Pedroso de Alexandre ficou revoltada com o caso. “Extremamente impactada com a crueldade. Como mãe atípica me dói ler palavras tão cruéis”, resumiu a moradora de Apucarana, que faz parte do conselho da AMAA (Associação de Pais e Amigos dos Autistas Apucaranenses).


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