Agentes da prefeitura de Curitiba resgataram na manhã de terça-feira, dia 19, 43 cachorros mantidos em condições de insalubridade e maus tratos, em um canil clandestino no bairro Lamenha Pequena, na capital paranaense. O responsável pelo canil foi multado em R$ 21 mil e responderá por crime ambiental, de acordo com a Lei 9.605/98.
Segundo Edson Evaristo, diretor de pesquisa e conservação da fauna da Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba, a denúncia sobre o canil foi recebida em fevereiro pelo órgão. Há cerca de duas semanas, agentes da Rede de Proteção Animal foram investigar o local e encontraram resistência por parte do acusado.
"O cidadão até recebeu a equipe, mas não deixou que a vistoria fosse feita da forma necessária. A partir daí começamos a suspeitar que a denúncia era verdadeira, até porque quem deve, não teme", disse Evaristo.
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Após a primeira tentativa, os agentes da secretaria firmaram uma parceria operacional com a Polícia Civil e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Chegando novamente ao local, encontraram animais confinados em baias pequenas, insalubres, sem acesso à luz solar e em condições de maus tratos.
"Muitos dos filhotes tinham lesões de pele e parece que as fêmeas eram usadas repetidamente para a procriação, sem qualquer tipo de aporte nutricional ou médico", explicou Evaristo, citando que uma cadela específica apresentava cicatrizes recentes de um procedimento cirúrgico na barriga.
Parceria
Evaristo disse que, desde fevereiro, a secretaria tem feito ações conjuntas com a Polícia Civil de Curitiba, o que ajuda a agilizar as apurações de denúncias e os resgates de animais silvestres e domésticos. "Dessa forma, cobrimos o lado administrativo e criminal de cada caso. É uma parceria bem intensa", conta. Ele ainda frisa que, na capital paranaense, é proibida qualquer forma de criação comercial de animais.
Outra parceria vital para a operação foi com a ONG Somos Amigos dos Animais, que tem ajudado no acolhimento e realocação dos 43 cães resgatados. A organização também tem tratado os filhotes, já que muitos apresentam sequelas físicas e psicológicas do confinamento no canil clandestino.
"Infelizmente, acontecem muitos casos de maus tratos e abandono", apontou Evaristo. Ele também fez um apelo para os compradores de filhote: "Sempre incentivamos a adotar e não a comprar. Mas, se a pessoa ainda assim quiser comprar, a gente aconselha a investigar a procedência do filhote, do canil e exigir nota fiscal. Às vezes, você vê o filhote em uma vitrine, mas não sabe que a situação dos pais é muito mais complicada".