Duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas em um confronto entre populares e policiais militares na noite de domingo (13) na cidade de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. Três policiais foram até o bairro Tancredo Neves para atender uma ocorrência de perturbação de sossego por volta das 20 horas.
O caso ocorreu em um estacionamento em frente a um bar. A Polícia Militar foi chamada por vizinhos por causa de som alto na região provocado por um carro. Um grupo de cerca de 50 pessoas estava presente no local. Durante a ação, os policiais dispararam contra as pessoas e duas delas acabaram mortas, uma delas no local e outra a caminho do hospital.
Havia suspeita de abuso por parte dos policiais, mas, segundo o delegado Ítalo Biancardi Neto, da 14ª Subdivisão de Policial de Guarapuava, responsável pelas investigações do caso, sobre essa suspeita ainda não há informações concretas. Até a tarde desta segunda-feira (14), policiais militares envolvidos na ação e testemunhas foram ouvidas na delegacia de Guarapuava para a apuração do caso.
Segundo Biancardi, de início as investigações mostram que os três policiais teriam sido atacados por pessoas que estavam no local. "Os policiais foram até o indivíduo que estava no carro com o som e pediram para ele acompanhá-los para assinar os papéis do procedimento policial. Ele teria se recusado e cerca de 15 a 20 pessoas partiram com paus e pedras para cima dos policiais".
Ainda de acordo com o delegado, os policiais ficaram feridos na ação. Testemunhas e policiais teriam dito, em depoimento, que o responsável pelo som alto estaria armado e que algumas pessoas envolvidas na ação tentaram pegar as armas dos policiais. "Os policiais foram derrubados e atiraram para o chão. O tiro ricocheteou e atingiu as pessoas. O responsável pelo som fugiu em uma motocicleta", disse o delegado. Há informações, segundo o delegado, de que na fuga o homem teria atirado contra a polícia.
Mesmo que a suspeita de abuso por parte dos policiais ainda não tenha sido confirmada e prevaleça a versão de que os policiais atiraram para se defender, a Polícia Civil de Guarapuava ainda vai ouvir outras testemunhas para apurar o caso.
A Polícia Militar disse que abriu um inquérito para apurar o caso e investigar se houve ou não abuso dos três policiais envolvidos na ação. A corporação classificou a morte das pessoas como fatalidade e pediu o acompanhamento do Ministério Público do Paraná (MPPR) para apurar o fato. As armas dos policiais envolvidos na ação foram apreendidas e os policiais estão afastados das ruas.
Apesar do inquérito e do afastamento, o comando da PM também disse que, a princípio, o caso mostra investidura da população contra os policiais durante a ação. (atualizado às 16h12)