Polícia

Distribuidora é flagrada com combustível adulterado

14 nov 2007 às 19:25

A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc) flagrou, nesta terça-feira (13), uma distribuidora de combustíveis com gasolina adulterada em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba. Dentro do pátio da empresa Visual Distribuidora de Petróleo, estavam dois caminhões, um com solvente e outro com gasolina misturada com solvente, prontos para levar o combustível para os postos de Curitiba. A empresa foi lacrada e foram apreendidos cerca de 40 mil litros de combustível, os dois caminhões, celulares, rádios comunicadores, binóculos, além das notas fiscais de compra do combustível adulterado.

"Estamos investigando os problemas de sonegação fiscal e formação de cartel da Operação Medusa. Neste meio-tempo, uma equipe fazia levantamentos próximo ao local da distribuidora e logo que a viatura passou perto, os policiais perceberam movimentação estranha no local e decidiram verificar", contou o delegado da DEDC, Rodrigo Brown de Oliveira.


Foi nomeado um laboratório credenciado da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para fazer exames de toda a base da distribuidora. "O caminhão com combustível adulterado já estava quase pronto para sair, já de posse das notas fiscais expedidas para os postos de Curitiba. Estes postos podem estar envolvidos, mas ainda temos que investigar. Como foram apreendidas todas as notas ficais, agora vamos identificar cada posto que encomendou e investigar se tinham conhecimento ou não da adulteração", complementou o delegado.


Durante a autuação, a polícia flagrou o engenheiro químico Luiz Eduardo Pizarro Borges trabalhando em um projeto para criar um novo solvente aproveitando plástico, e assim economizar ainda mais na adulteração. A distribuidora, segundo a polícia, é credenciada pela ANP, mas, há um ano, a administração foi mudada e a partir daí começaram também as adulterações.


Cinco pessoas foram presas presas - o engenheiro químico da distribuidora, o gerente de fretes e proprietário do caminhão cheio de solvente, os dois sócios da empresa e o motorista da carreta que estava saindo com a gasolina - e autuadas em flagrante por formação de quadrilha e crime contra a ordem econômica e podem ser condenados a até oito anos de prisão. "Além disso, também constatamos a sonegação fiscal, já que a carga tributária que incide sobre o solvente é menor que a da gasolina. Também verificamos a falsidade ideológica, uma vez que as notas eram acompanhadas de laudos dizendo que os combustíveis eram bons", relatou Oliveira.

De acordo com a polícia, apesar de a distribuidora ter sido lacrada, cabe agora à ANP os trâmites legais para o fechamento da empresa. A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas vai intensificar as investigações sobre adulterações de combustível na capital. (AEN)


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