Polícia

Delegacia investiga pedofilia na CNBB

24 jul 2002 às 19:16

A Delegacia de Crimes contra a Administração Pública está investigando a possível ligação dos acusados de utilizar o servidor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para enviar mensagens pornográficas, com funcionários da própria entidade. A suspeita surgiu depois do depoimento do estudante Gustavo Todeschini de Andrade, de 24 anos. Ele é irmão de Juliano Todeschini de Andrade, 26 anos, que teve o computador apreendido na semana passada, mas ainda não prestou depoimento.

O delegado Guaraci Joarez Abreu, titular da Delegacia de Crimes Contra Administração Pública, disse que no equipamento aprendido, a perícia encontrou indícios de que as mensagens eletrônicas enviadas teriam sido originadas no aparelho. No início de junho, a delegacia recebeu denúncia da própria CNBB de que mensagem não autorizadas estariam sendo repassadas para computadores identificadas como sendo da CNBB, através do provedor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC). O conteúdo das mensagens era sites de pedofilia e de apologia às drogas.


O advogado da entidade, Marino Galvão, confirma a denúncia e explica que a CNBB foi alertada pela PUC, que por sua vez recebeu notificação da entidade americana Spancop, que fiscaliza mensagens impróprias na internet. ''Imediatamente a CNBB tomou as providências necessárias'', disse o advogado.


Depois de registrada a queixa, a polícia passou a investigar o crime e chegou ao ex-aluno da PUC Juliano Todeschini Júnior, que, segundo informações da delegacia, estaria no Rio de Janeiro há três meses. Na última segunda-feira, o irmão de Juliano prestou depoimento e sugeriu conhecer pessoas ligadas à CNBB.


A entidade já foi informada das investigações. ''A primeira reação dos acusados é atacar'', disse o advogado da CNBB complementando que o ''Eduardo não conhece o Gustavo nem o Juliano''. De acordo com a polícia, trata-se de Eduardo Nogueira, gerente de informática da CNBB. Segundo o advogado, a entidade não tem motivos para suspeitar de seus prestadores de serviços e só vai tomar alguma medida depois que as investigações forem concluídas.


O advogado reafirma que a CNBB não é responsável pelo conteúdo das mensagens repassadas e que o servidor da entidade foi ''invadido'' por um usário. Se for confirmado a identidade do usuário, ele pode responder por pelo menos cinco crimes, previstos no Código Penal, que variam entre um a 15 anos de reclusão.


*Leia mais na edição desta quinta-feira da Folha de Londrina

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