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Investigação

Defesa de PM pede reconstituição da morte do lutador Leandro Lo

Paulo Eduardo Dias - Folhapress
16 ago 2022 às 23:00

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- Reprodução/ Instagram
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A defesa do tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, 30, requisitou à Polícia Civil que seja feita a reconstituição da morte de Leandro Lo Pereira do Nascimento, 33, com base nos depoimentos dos amigos que acompanhavam o lutador de jiu-jítsu.


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Velozo está detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana desde a noite domingo (7). Ele se apresentou à Corregedoria da PM horas após atirar na testa de Lo dentro do Esporte Clube Sírio, no Planalto Paulista, zona sul, durante um show do grupo Pixote.

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O pedido de reconstituição foi encaminhado nesta terça-feira (16) ao delegado do 16° DP (Vila Clementino), responsável pela investigação do caso.

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"Esta reprodução simulada dos fatos tem como objetivo elucidar as duvidas consistentes que ainda emanam dos autos, especialmente acerca da dinâmica dos atores do evento, postura dos personagens, trajeto e trajetória do disparo efetivado", afirma o criminalista Claudio Dalledone.


Segundo o advogado da família do lutador, Ivã Siqueira Junior, testemunhas disseram que os dois se desentenderam após Velozo entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. De acordo com os relatos, o policial tentava provocar o atleta.

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Lo teria em seguida derrubado o tenente e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, ainda segundo relatos.


Velozo teria, então, sacado a arma que levava na cintura e atirado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. A vítima chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local e foi levada ao hospital, mas não resistiu.

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Dalledone diz ter ouvido uma outra versão do PM. "A ação dele é uma ação legítima. Ele foi ali cercado por seis lutadores de jiu-jítsu", disse à reportagem. Questionado, o defensor não respondeu se Velozo foi agredido pelo grupo.


O advogado do policial já havia solicitado à Polícia Civil exames no corpo do lutador. Entre os pedidos da defesa estão exame complementar de alcoolemia, além de que seja especificada a pesquisa laboratorial para o uso de anfetaminas e drogas.

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Restituição de celular Dalledone diz que também pediu à Justiça a restituição do aparelho celular do tenente.


A medida ocorre após familiares do lutador afirmarem que houve movimentações no perfil do PM em uma rede social.

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Segundo o advogado, o aparelho entregue pelo tenente no ato de sua prisão "esta sendo ilegalmente acessado, modificado e bisbilhotado".


"A conta da rede social Instagram do policial Velozo foi ilegalmente invadida e modificada. A conta, que ate então era fechada, foi ilegalmente aberta e publicizada para tudo e todos", diz trecho da nota encaminhada pelo advogado.

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A SSP (Secretaria da Segurança Pública) nega que o aparelho tenha sido acessado. "O aparelho está protegido por senha de acesso, a qual não foi fornecida pelo investigado, portanto, o mesmo não foi acessado nem utilizado", disse a pasta, em nota.


O celular entregue pelo policial está no Instituto de Criminalística, após já ter passado pela Corregedoria da PM e pela Polícia Civil.


Ainda conforme Dalledone, o celular do policial possui duplo fator de autenticação, o que tornaria uma possível modificação mais difícil, com o uso obrigatório do celular e do chip cadastrado.


"Mesmo que eventualmente exista uma autorização judicial para a extração dos dados contidos no aparelho, importa dizer que essa autorização não e um salvo conduto para fazer o que se bem entende", disse.


Segundo a PM, nenhum interno do Presídio Militar Romão Gomes, bem como os visitantes e advogados, tem permissão para usar aparelhos telefônicos, tampouco acesso à internet.

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