Polícia

CPI confirma culpa de contrabandista de cigarros

22 set 2003 às 15:41

A CPI da Pirataria ouviu, na última sexta-feira, Tânia dos Santos, acusada de cuidar da movimentação financeira de Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão. Preso no início do mês em São Paulo, Lobão é acusado de ser o maior contrabandista de cigarros do País (clique para ler matéria relacionada).
Segundo o deputado Josias Quintal (PMDB-RJ), que participou da audiência em São Paulo, Tânia foi desmascarada durante os trabalhados da CPI. Apesar de negar o envolvimento com esquema de contrabando, dois policiais que participaram de acareação confirmaram que recebiam dela o pagamento pela segurança de Lobão.

Os policiais militares Luiz Carlos Filho e Arnaldo Ferracini prestaram depoimento na quinta-feira (19), na Assembléia Legislativa de São Paulo, e foram chamados novamente na sexta para acareação com a Tânia.


Para o deputado Josias Quintal, Tânia caiu em muitas contradições e está clara a participação dela na quadrilha de Lobão. "Era a pessoa encarregada de fazer pagamento das cargas encomendadas, pagamento de propinas às pessoas, inclusive policiais. Ela era responsável por uma parte importante na contabilidade. Essa senhora tinha um escritório na Galeria Paje e fazia uma parte da movimentação financeira, inclusive, com remessa de dinheiro para o exterior. Ela tinha contato com um empresário paraguaio do ramo de tabacaria, cigarros. É uma peça importante no sistema do Lobão".


Segundo Josias Quintal, também está claro o envolvimento de policiais com Lobão. "Os próprios policiais afirmam taxativamente que prestavam serviço a ele e recebiam importância ‘X’ e que ela é quem pagava. Isso ficou devidamente esclarecido".

O deputado informou também que a CPI da Pirataria vai convidar a depor o chefe da Polícia Civil de São Paulo, o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo. Segundo Quintal, embora o delegado tenha uma ficha exemplar, é preciso esclarecer porque o nome dele foi citado em escutas telefônicas e quais as razões de tantas contradições nos depoimentos de delegados e investigadores sobre a liberação de uma carga de cigarros contrabandeada pertencente à Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.


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