Os quatro menores que praticaram um latrocínio (roubo seguido de morte) na madrugada de quinta-feira teriam planejado o assalto, segundo revelou a promotora da Vara da Infância e Juventude de Londrina, Édina Maria de Paula. Ela ouviu os adolescentes nesta quinta-feira e confessou que ficou impressionada com a frieza demonstrada por eles durante o depoimento.
Os menores L.F. e A.F.O., ambos de 13 anos, e A.D.V.S. e C.C.R.B, os dois com 14 anos, assaltaram a Farmácia Tabajara da Avenida Inglaterra (zona sul) por volta de 1h15. Na fuga, o adolescente A.F.O., cujo apelido é ''Vermelho'' teria retornado ao estabelecimento e efetuado um disparo contra a cabeça do atendente Dagoberto Ferraz dos Santos, de 44 anos, que morreu no local.
A promotora disse que a mãe de um dos menores revelou que o crime foi premeditado. ''O padrasto de um menor ouviu eles conversando e contou para a mulher quando ela chegou do trabalho à noite, mas o filho não estava mais em casa'', apontou. O padrasto teria sido ameaçado pelo menor para ficar calado.
Segundo o delegado-operacional do 1º Distrito Policial, Sérgio Luiz Barroso, eles roubaram R$ 137,00 (que seria dividido em partes iguais). Os menores teriam escondido o dinheiro em matagal e acabaram perdendo R$ 46,00 - a polícia conseguiu recuperar apenas R$ 91,00. Ainda de acordo com Barroso, o revólver calibre 38 usado no crime pertencia ao menor A.D.V.S, o ''Ninai'', que afirmou tê-lo adquirido de um rapaz morador do Jardim Piza (zona sul), morto há alguns meses.
A Polícia Civil chegou até os autores do latrocínio investigando um par de chinelos abandonado por L.F. As sandálias foram encontradas jogadas num posto de gasolina próximo à farmácia e um familiar do menor disse que ele teria saído de casa com os chinelos. Todos os menores foram localizados e apreendidos nas imediações do Jardim Califórnia (zona sul).
A promotora adiantou que os quatro menores deverão pegar a pena máxima estipulada em lei: três anos de detenção em regime fechado mais três anos em regime de semi-liberdade. Eles irão aguardar o julgamento da Justiça apreendidos no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi), em Londrina, e, se condenados, serão transferidos para o Educandário São Francisco, em Curitiba.
*Leia mais na edição desta sexta-feira da Folha de Londrina