Paraná

Visita na PCE foi limitada e provocou tumulto

18 jun 2001 às 11:15

Na manhã de ontem, as visitas na PCE foram marcadas ontem pela felicidade dos familiares que puderam ver os detentos num pátio sob a coordenação da Polícia Militar, e pela revolta de presos que ficaram nas celas. Alguns detentos fizeram barulho durante todo o período de visita. Eles gritavam: "liberem as visitas".

O detento Marco Aurélio de Andrade, 29 anos, foi um dos primeiros a receber a visita da mulher, a dona de casa Cristina Andrade, 31. Ele está preso há sete anos por furto de veículos e disse estar com medo dos demais presos que participaram ativamente da rebelião.


Andrade disse que se sente torturado psicologicamente. "Estamos passando fome. A situação é difícil. Pelo menos conto com a presença de minha mulher hoje. É meu único descanso", confidenciou. Cristina disse que o reencontro com o marido foi emocionante. "Eu estava muito ansiosa. Agora estou mais tranquila", complementou.


Os familiares que foram visitar presos tiveram que enfrentar o frio e o desconforto em frente a unidade penitenciária. A dona de casa Maria Marta, 43 anos, chegou por volta das 15 horas de sábado e só entrou na PCE após às 9h15 de ontem. "O coração da gente não sabe nem bater direito. Não vejo a hora de ver meu marido", disse ela.


A dona de casa Cristiane Ferreira, 21, também foi visitar o marido. Ela chegou por volta das 16h30 e dormiu em cima de cobertores, que trouxe de casa. "Não vejo a hora de ver se ele está bem após toda esta rebelião. Dá uma agonia. As saudades que eu sinto são enormes", afirmou. Silvana Dias Moreira, 28, passa pela mesma situação. Ela casou há 12 anos e o marido está preso há 11. "Ele é minha loucura. Faço o que for preciso para vê-lo", pontuou.

A vendedora Élica Santos (nome fictício), 30, disse que o marido tem se recuperado bem por causa das visitas semanais. "Se não é a mulher do preso, não existe recuperação. A família abandona. Ali dentro não tem nada para se distrair. Eles voltam para rua e fazem tudo de novo. Pela mulher, eles deixam de ser bandidos." As visitas foram limitadas a um parente por preso.


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