Além de saber os dias e locais da folia do carnaval do Litoral do Estado, o veranista terá outras preocupações neste ano. Uma delas é a poluição da água. Mais da metade dos pontos analisados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estão impróprios para banho. Outro problema é a distribuição de água tratada. A Sanepar alerta que há riscos de interrupções no abastecimento. Quem não se apressar também corre o risco de ficar na rua. Cerca de 80% dos imóveis do Litoral já estão reservados.
O folião que quiser se refrescar no Litoral paranaense vai ter que escolher bem o local de banho. O último boletim de balneabilidade divulgado no final da semana passada mostra que 28 dos 46 pontos analisados pelo IAP estão poluídos (veja tabela).
De acordo com o coordenador geral da Operação Verão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Hamilton Bonatto, no carnaval a tendência é que o mar apresente mais pontos impróprios para o banho por causa do maior número de veranistas. Durante os cinco dias de folia, mais de um milhão de pessoas devem estar no Litoral.
No final de janeiro, a poluição atingiu quase a totalidade dos pontos analisados pelo IAP. Quarenta dos 46 locais não estavam próprios para o banho. Bonatto acredita que, além de grandes investimentos na área de saneamento, a solução para diminuir a poluição é a educação ambiental. "Vamos começar um trabalho junto às prefeituras do Litoral. A idéia é fiscalizar e conscientizar a população". O IAP está fazendo um levantamento de esgotos clandestinos. Só no Canal de Caiobá, primeiro analisado, foram encontrados 60 pontos de efluentes. As análises para determinar se são todos pontos de saída de esgoto estão sendo feitas pela Sanepar.
O banho em locais impróprios pode provocar uma série de doenças. De acordo com a médica infectologista Marta Fragoso, o banhista pode contrair desde bicho geográfico e otite (infecção no ouvido), até leptospirose e hepatite A. A melhor prevenção, segundo Marta, é evitar os pontos impróprios indicados pelo IAP e procurar beber água mineral ou fervida.
A falta de água é um problema para o qual o folião deve estar pronto para enfrentar no carnaval. No Litoral do Estado, a capacidade máxima do sistema de distribuição da Sanepar é para 500 mil pessoas. A expectativa para esse feriado é de mais de 1 milhão.
"Com certeza enfrentaremos dificuldades no carnaval. Estamos preparando uma verdadeira operação de guerra para evitar a falta de água", afirma o gerente de operação da Sanepar, Péricles Weber. Uma campanha da empresa vai tentar conscientizar a população para evitar o desperdício de água. "É claro que uma pessoa pode esperar cinco dias para lavar o carro ou a calçada", diz.
Weber conta que quatro caminhões-pipa estarão a postos para problemas de abastecimento no Litoral. Segundo ele, manutenções preventivas estão sendo feitas no sistema e equipes estarão de plantão 24 horas durante o feriado.