O vereador Orlando Pinheiro (PTB), 61 anos, de Ventania (126 km ao norte de Ponta Grossa), foi preso em flagrante na noite de segunda-feira por receptação qualificada. Ele e seu filho, Celso Tomaz Pinheiro, 37 anos, estavam recebendo combustível roubado.
Os motoristas das carretas que faziam a entrega, José Elemar de Oliveira Torres, 40 anos, e Darci Dias de Souza, 43, também foram presos. Eles são funcionários da Henrique Stefani Transportes, empresa de Canoas (RS).
No momento da operação policial, estavam em poder de Orlando e seu filho 3.530 litros de óleo diesel, 110 litros de gasolina, 454 litros de álcool e ainda 60 sacas de adubo de 40 e 50 quilos.
Os dois motoristas presos contaram que o desvio de combustíveis é prática comum. Eles vinham da cidade de Ourinhos (SP) e tinham como destino cidades do Rio Grande do Sul, devendo terminar a viagem em Canoas, onde está a sede da empresa Stefani.
José Elemar, que fazia a sua primeira viagem, disse que eles foram procurados por Celso na borracharia. O filho do vereador ofereceu uma certa quantia em dinheiro - que não foi revelada - para que desviassem álcool dos caminhões tanque. Já Darci, que está há oito meses viajando pela Stefani, relatou em depoimento que outras empresas e muitos motoristas usam o expediente de desviar combustível e que não teria sido a primeira vez que foi procurado por receptadores interessados em comprar o produto.
Além de receptar combustível e adubo roubado, a família Pinheiro estava cometendo outro crime. O estabelecimento comercial que possuem é uma borracharia e, portanto, eles não têm licença para comercializar combustíveis.
Segundo o delegado, o vereador Orlando, que não conseguiu se reeleger, colocou toda a culpa no seu filho.