Pelo menos cem famílias de agricultores que vivem às margens dos rios do Meio, Carambiú e Sagrado ficariam impedidas de trabalhar caso o acidente da Petrobras acontecesse no meses de inverno. É que a partir de abril, muitos moradores começam a plantar verduras e legumes e necessitam da água dos rios para irrigação das plantações.
Oito comunidades estão nesta situação, sendo que cinco delas - Rio Sagrado de Baixo, Pitinga, Marta, Trinta e Dois e Rio dos Patos - sobrevivem da agricultura. "Não sei como é que a gente iria se virar", diz o agricultor Antonio Lourenço Filho, que mora há 63 anos na localidade de Boa Vivenda. A agricultura é a única fonte de renda para a família. No fundo do terreno, seu filho Ézio mostra o rio, com a vegetação queimada pelo óleo. "Fico imaginando como é que vão viver os moradores que pescam para se alimentar", diz sua mãe, Maria Lourenço.
O vizinho Lino de Freitas Nascimento, morador da Vila Marta, vive com a família da plantação de frutas e verduras. "A sorte é que está chovendo bastante senão a água iria fazer falta", diz. A opção, segundo ele, será bombear água de outro rio da região para irrigar a plantação.
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Ontem, técnicos das secretarias estaduais do Meio Ambiente e da Saúde distribuíram panfletos à população local com orientações sobre os riscos de utilizarem a água dos rios. A Petrobras também garantiu que médicos, assistentes sociais e veterinários estão trabalhando no atendimento e esclarecimento dos moradores. Um caminhão-pipa também está garantindo o abastecimento para aqueles que consomem a água dos rios.